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Vilmar Antônio Batista: professor, vereador e parteiro.

Por Edenilson Batista da Silva e Mateus Rocha Cuccia

Slide de Fotos produzido por Edenilson Batista da Silva e Mateus Rocha Cuccia

Vilmar Antônio Batista nasceu na localidade de Guabiroba de Cima, interior do município de Teixeira Soares, no dia 15 de junho de 1958. Filho de Pedro Batista e Helena Ribeiro da Paixão é o quarto de 11 irmãos. Aos sete anos de idade iniciou seus estudos e ajudava seus pais nos trabalhos de casa. Seu sonho era ir para o seminário, mas seus pais eram contra por ele ainda ser muito novo. Ingressou na escola Isolada Rural, na localidade de Guabiroba de Baixo, que posteriormente passou a ser chamada escola Santa Helena. Cursou a quinta série no Colégio Estadual João Negrão Junior, na cidade de Teixeira Soares.

Vilmar conta que resolveu mudar o nome por si próprio. No início se chamava Vilmar Antônio do Rocio Batista. Ele retirou o Rocio porque considerava seu nome muito comprido, mas não imaginava o problema que isso iria gerar. Estando já no segundo grau, teve que voltar ao início dos estudos novamente e cancelar o primeiro grau, que havia concluído, porque consideravam que Vilmar era duas pessoas.

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Local de Festa Tio Pedro Batista – Guabiroba de Cima. Foto: Edenilson Batista da Silva

Após concluir novamente os estudos, Vilmar começou a ajudar as pessoas que precisavam de algum tipo de ajuda, sempre buscando conhecimento. Mesmo contra a vontade dos pais, entrou para o seminário aos 15 anos. Logo no início foi transferido para Guarapuava onde, indicado pelo reitor, passou a coordenar uma cozinha e atendia 60 seminaristas. Logo percebeu que ser seminarista não era na verdade a sua vocação. Um certo dia, houve um teste para quem queria seguir ou sair do seminário através de um teste vocacional e Vilmar respondeu “não” em todas as respostas. No mesmo dia, voltou para casa, onde ficou pouco tempo, e logo entrou para o seminário de Ponta Grossa, permanecendo até os 21 anos de idade.

Comentário de Edina Batista sobre Vilmar

Vilmar voltou para casa e frequentar festas e bailes. Começou a namorar aqui e ali e acabou gostando. Nessa época, a professora Dona Yolanda precisou fazer uma cirurgia e Vilmar foi convidado para assumir a turma como professor substituto por um período de contrato de três meses. “Eu já tinha conhecimento, dava catequese né, então eu já trabalhava com as crianças, estava envolvido nos movimentos de igreja e eles me procuraram porque tinha responsabilidade”.

No momento Vilmar recusou o pedido porque não queria trabalhar por contrato; por mais que se achasse preparado para assumir o cargo, dizia não ser o que queria. Em seguida, após conversar com seu pai, Vilmar aceitou o pedido e passou a ser o professor da escola. Depois de duas semanas, Vilmar foi avisado que Dona Yolanda não retornaria mais à escola, e que deveria realizar um teste para nomeação onde, se aprovado, passaria a ser o professor efetivo, pois o mesmo desenvolveu um excelente trabalho na escola.

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Escola Santa Helena – Guabiroba de Baixo. Foto: Edenilson Batista da Silva

Vilmar foi aprovado no teste e assumiu a posição de professor por 13 anos. Através de votação, foi transferido para a Escola Santa Rita de Cassia, em Guabiroba de Cima, onde permaneceu por mais 12 anos. “Fui transferido porque aumentou mais as crianças daqui do que de lá (Santa Helena, Guabiroba de Baixo). Virou tudo uma bronca, parte da turma me queria lá, e uns me queriam aqui. Além de uma época em que uns não queriam saber que eu ficasse aqui, então às vezes eu ia pra lá também”. Depois, foi para o Departamento de Educação, trabalhou no Provopar por quatro anos, foi diretor de uma creche por mais 12 anos e posteriormente se aposentou.

As outras atividades que exercia eram uma forma social de ajudar os outros. Durante esse período, Vilmar roubou tempo e se formou em Pedagogia e Psicopedagogia pela Faculdade Vizivali.

Comentário de Lula Thomaz sobre Vilmar

Vilmar se emociona quando fala que também fez o trabalho de parto. “Eu tinha feito o curso de medicina natural, e a gente aprende tudo. Começa desde o início e te ensina a como fazer”. Ajudou a salvar vidas e todas as crianças que passaram por suas mãos estão saudáveis. Vilmar se vê na necessidade de ainda poder trabalhar em prol das pessoas. “Também encaminhei pessoas a aposentadorias e cirurgias”.

Entrevista realizada por Edenilson Batista da Silva / Edição: Mateus Rocha Cuccia

Foi suplente de vereador nas eleições de 1996 e 2004. “Era muita competição, mas eu tinha um sonho; queria entrar e fazer, ajudar”. Como vereador, retomou projetos engavetados que ajudaram a população. Uma de suas conquistas foi conseguir um poço artesiano para a localidade onde mora. Também conseguiu através de parceria e ofícios enviados para a Alemanha, camas, andadores e cadeiras de rodas gratuitas para o Hospital Osvaldo Cruz. Vilmar também trabalha promovendo festas e turismo por todos os lugares.

Foi casado com Teodósia por 35 anos, tem uma filha e um casal de netos. Hoje Vilmar é viúvo e se considera muito triste com a perda da esposa porque foi pego de surpresa. Teodósia foi vítima de um aneurisma cerebral e veio a falecer aos 55 anos de idade. “Uma coisa que risquei da minha vida é me casar de novo”, afirmou o professor. “Ninguém vai substituir minha mulher. Não é fácil viver sozinho, mas os amigos sempre me visitam e isso me ajuda a superar.”

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Escola Santa Rita de Cássia – Guabiroba de Cima. Foto: Edenilson Batista da Silva

Entre as atividades exercidas por Vilmar, podemos citar as seguintes: foi professor, vereador, massagista, parteiro, cozinheiro e chefe do lar. Lidou com medicina natural, fez estágio na secretaria de saúde, foi diretor de creche, missionário das Santas Missões Populares, faz oração para os enfermos, catequizou há mais de 10 anos, foi coordenador da Pastoral da Criança da Diocese de Ponta Grossa no setor 7 atendendo Irati, Fernandes Pinheiro e Teixeira Soares por 17 anos, foi coordenador Paroquial. Formado em bioenergia, trabalhou na lavoura, coordenou o projeto Clube da Árvore na escola Santa Rita de Cassia, foi seminarista, trabalhou no Provopar, formado em Pedagogia e Psicologia Infantil, cantor em eventos, deu curso de medicina natural na escola do Sítio Novo, participou de shows musicais nas rádios Najuá de Irati e Alvorada de Rebouças. Foi Papai Noel. Promove viagens e ajuda em velórios.

Vilmar faz planos para o futuro. Ele comenta que recebeu convites para ir à Congregação do Santíssimo Redentor por ser bastante conhecido, mas precisa fazer o curso de Teologia da Igreja Católica para se formar como um irmão da Congregação ou um padre, embora não tenha certeza se vai ou não aceitar.

Comentário de Otoni Pires sobre Vilmar

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