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Leticia Cabral

Leticia Cabral

Leticia Cabral: jornalista esportiva (Foto: Alex Freire)

Sobre a Jornalista:

Leticia Cabral, de 25 anos, está atuando há cinco anos no jornalismo esportivo em Ponta Grossa. Ela conta que no início sua prioridade era atuar na editoria política. Mas, com o passar do tempo, teve oportunidade de conhecer o jornalismo esportivo, percebeu que tinha identificação e seguiu para a editoria.

Carreira:

O início foi com a cobertura do futsal. Cabral conta que se apaixonou pela nova oportunidade.

Sobre o início da carreira, dois pontos importantes foram levantados pela jornalista. Primeiramente o fato de ser mulher e de ter saído a pouco da Academia. Cabral se lembra de alguns fatos, como: a desconfiança dos outros com relação a ela estar em uma profissão que não é tipicamente feminina,de pessoas não passando as informações, em entrevistas coletivas dando prioridade aos homens. A jornalista lembra também das “cantadas” que recebeu tanto de colegas de profissão quanto de jogadores e diretores de equipes.

Desafios:

A respeito do preconceito no exercício da profissão, Leticia Cabral, lembra-se de um fato acontecido com ela em 2014, quando um diretor do Operário, equipe de futebol profissional de Ponta Grossa, disse que ela “dava em cima de jogadores para conseguir informações privilegiadas”. Ela conta ainda que um antigo chefe de equipe teve dificuldades para trabalhar com ela pelo simples fato de ser uma mulher.

No entanto, Cabral, acredita ser uma pioneira na prática do jornalismo esportivo. Mesmo diante das dificuldades enfrentadas, espera que aos poucos mais mulheres atuem no jornalismo que cobre o futebol.

Empoderamento:

A jornalista diz que a mulher “precisa ser mulher”. Mantendo os valores, sabendo que o preconceito, o assédio e a discriminação estão presentes, e que é necessário lutar contra tudo isso. É preciso ter garra e perseverança, mesmo sabendo que a valorização monetária e social é diferente entre homens e mulheres.

As críticas se tornaram uma das principais motivações para que ela continue a atuar em um ambiente praticamente masculino.  Entre piadinhas de torcedores e de colegas de profissão que diziam “você não dá conta”, “você é ruim”, “você não sabe falar” ou “não entende de futebol”, Leticia destaca que situação como essa aconteceu no primeiro jogo do Operário que ela atuou como repórter.

Cabral finaliza desafiando ela mesma e outras profissionais a seguirem o seu sonho. E diz também acreditar que logo estará acompanhando o despertar de novas repórteres, apresentadoras, comentaristas e narradoras no meio esportivo.

 A Entrevista

A Jornalista Leticia Cabral disse que ficou lisonjeada com o convite para a entrevista e para confecção do perfil.

A entrevista foi realizada numa mesa de bar, em um momento de “happy hour” onde a conversa fluiu de maneira bem tranquila.

As respostas eram dadas com atenção, e com uma pitada de bom humor, por vezes algum sarcasmo quando o assunto era, digamos, “mais complicado” como preconceito, a discriminação, a falta de confiança, as acusações enfim, foi um bom bate-papo. Foi além da expectativa.

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