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Música erudita tocada há 65 anos em Ponta Grossa

Uma das mais antigas do Brasil, a orquestra superou a falta de apoio financeiro e até hoje marca a história da região

Por Bianca Souza, Bruna Matos, Bruna Pedroso e Sirley Silveira

A Orquestra Sinfônica da Cidade de Ponta Grossa foi fundada em 4 de Julho de 1954 por oito amigos que tinham o mesmo ideal: o amor pela boa música. Foi assim que os instrumentistas amadores João Gehr, Oscar Tokus, Mauro Fausto Gil, Jorge Klüpel, Francisco Rizental, Efigênio Brandão, Frederico de Geus e Jacob Schmikler Junior criaram a primeira orquestra do Estado do Paraná, tão antiga quanto as maiores do Brasil – a de São Paulo, por exemplo, também é de 1954.

No início o grupo não tinha um local fixo de ensaio, então se reunia nos salões do Clube Princesa dos Campos para tocar. Dessa forma o Maestro Paulino Martins Alves, um dos mais conhecidos e conceituados na cidade, conduziu a Orquestra de Ponta Grossa por quase 20 anos. O músico havia sido regente por 13 anos da Banda de Música do 13º Regimento de Infantaria, atual 13º BIB, e foi fundador da Banda Lyra dos Campos. Devido a essa história de dedicação à música ele foi homenageado com um espaço de artes que leva seu nome, o Conservatório Maestro Paulino.

A falta de local fixo para ensaios não era o único problema enfrentado pela orquestra. A dificuldade financeira fez com o que o grupo realizasse o plantio de arroz, em 1958, nas terras do presidente da OSPG, Alfredo Bertoldo Klas, para arrecadar fundos e manter a orquestra.

O maestro Farago, como Wilson Fernando Góes Farago é conhecido, fez parte da orquestra sinfônica entre os anos de 1970 a 1999. Ele conta que mesmo nessa época, 16 anos depois da fundação da orquestra, o grupo continuava sem receber qualquer auxílio governamental, o que tornava o trabalho deles voluntário. Os músicos ainda não tinham um lugar definido para os ensaios então eles aconteciam algumas vezes no Clube Princesa dos Campos, Clube Guaíra e no Clube Pontagrossense.

A vice-prefeita de Ponta Grossa, Elizabeth Schmidt, conta que atualmente a Orquestra Sinfônica é mantida exclusivamente pela Prefeitura por meio da Fundação da Cultura. A OSPG também realiza apresentações em apoio a ações solidárias, como, por exemplo, a performance para a Campanha do Agasalho em abril desse ano, na qual um agasalho doado valia um ingresso para o concerto no Cine-Teatro Ópera.

A seguir, três músicos falam do seu primeiro contato com a música e contam algumas recordações envolvendo a OSPG. Clique aqui para ouvir o primeiro áudio e aqui para ouvir o segundo.

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