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GARI: só é lembrado quando não vem

A profissão que passa despercebida, mas é essencial para a sociedade 

 

Por Ciriane Shaniuk, Elder Scolimoski, Isabel Aleixo e Mateus Pitela

Você vai encontrar eles correndo nas ruas, avenidas e pelo menos três vezes na semana irão passar pela sua casa recolhendo aquilo que não serve mais. Eles são os garis, termo que surgiu em homenagem a um francês que se destacou na história de limpeza do Rio de Janeiro. Também chamados de coletores de lixo e material reciclável, varredores e afins, os garis são a base de uma pirâmide de trabalho e fornecem o sustento de muitas pessoas. Entretanto, as péssimas condições de vida e o baixo piso salarial tornam a profissão desfavorável para quem a exerce.

Segundo informações do Grupo Philus, empresa responsável pela coleta de lixo em Ponta Grossa, existem aproximadamente 60 pessoas trabalhando como garis que são divididos em turnos e setores.No total são 20 caminhões que atendem a cidade, na coleta domiciliar trabalham um motorista e três coletores que são divididos em turnos, o turno diurno começa às 7 horas da manhã e o noturno às 19 horas, cada equipe atende um setor da cidade que é dividido por bairros e os dias de trabalho são de segunda a sábado.

E se você pensa que trabalhar como gari é fácil, está muito enganado. Para ocupar uma vaga é feita uma avaliação do condicionamento físico do candidato, coordenada por um preparador físico durante o recrutamento e seleção. “É feito treinamento teórico antes do início das atividades e nos primeiros 30 dias o novo coletor acompanha uma equipe experiente em um setor de menor exigência física, para adaptação”, relatou a diretora de sistema de gestão integrada, Caroline Borsato.

Além de todo o treinamento feito quando contratados, os coletores começam o dia aquecendo o corpo para enfrentar as corridas nas ruas. “As equipes iniciam o dia realizando uma ginástica laboral, coordenada por educador físico, e em seguida um diálogo de segurança com a equipe de segurança do trabalho. Os motoristas, com apoio dos mecânicos, realizam uma vistoria completa do caminhão e então as equipes são formadas e se dirigem para o setor, onde realizam a coleta em todas as residências”, ressaltou Caroline.

Para a realização do serviço, os trabalhadores usam equipamentos de proteção individual (os EPI’s), que são as luvas anti-corte e os calçados de segurança. Já os uniformes das equipes que trabalham à noite possuem faixas refletivas para destacar os coletores nas ruas e garantir a sua segurança.

O dia a dia desses trabalhadores é difícil, estão sujeitos a acidentes com cacos de vidro, lâmpadas quebradas, contaminações com agulhas e outros que poderiam ser evitados descartando o lixo corretamente. E além da preocupação com o lixo coletado sofrem também com os cachorros. Segundo a diretora de SGI, os acidentes com cortes por cacos de vidro foram reduzidos a partir de 2018, porém as mordidas de cachorros aumentaram muito no último ano. E quando esse tipo de acidente ocorre, o dono do cachorro é notificado pela empresa e um Boletim de Ocorrência é registrado.

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Separação do lixo

Para conscientizar a população sobre o descarte correto dos lixos, existem programas que são realizados pelas cidades. A campanha “Lixo Seguro” é feita nas escolas de Ponta Grossa e mostra aos alunos qual a importância e como deve ser feito o descarte de vidros, agulhas e outros perfurocortantes, além dos cuidados com os cachorros no dia da coleta. Existem também campanhas nas redes sociais, orientando o peso máximo dos resíduos por saco e alturas corretas das lixeiras.

Para reduzir a carga de lixo e colaborar com a conservação do meio ambiente, é necessário adotar o consumo sustentável. A reciclagem do lixo é fundamental, reutilizar os produtos para outras finalidades até o descarte final. Mudar o padrão de consumo é essencial, não somente para a preservação do meio ambiente, como também para a saúde pública e até mesmo para a economia.

Mary Ângela Aguiar, moradora da cidade de Tibagi, contou como funciona a reciclagem dentro da sua casa e qual a sua opinião em relação a essa conscientização. “Na minha cidade, tem o sacolão do programa “Recicla Tibagi”, que é próprio para colocar lixos recicláveis e facilitar o trabalho dos catadores”, relata.

Ainda de acordo com Aguiar, o trabalho dos catadores deve ser parabenizado, pois, muitos deles, dedicam grande parte do dia ao serviço. A Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), regulamentada pelo decreto 7.404/10, foi uma política federal pioneira na integração de catadores. Representando um marco histórico, através de suas políticas, permitiu que cooperativas relacionadas com a coleta de lixo fossem contratadas formalmente como provedoras de serviço.

One thought on “GARI: só é lembrado quando não vem

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