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Os Estados Unidos da América é o principal destino para turistas e imigrantes brasileiros. Composto por 50 estados e um distrito federal, é o terceiro país mais populoso do mundo com mais de 300 milhões de habitantes.

Forte líder econômico, político e cultural, está entre os países com maior diversidade do mundo. Quem nunca sonhou em passear pela selva de pedras em Nova Iorque? Visitar as badaladas praias de Miami? A Casa Branca ou os parques da Disney? São tantos lugares.

Somos diariamente influenciados pelo estilo de vida dos americanos. Sejam em nossas vestimentas que são de suas marcas, as músicas que ouvimos nas rádios, os filmes que assistimos nos cinemas, a língua inglesa, que aprendemos desde cedo nas escolas se estendendo até a graduação. Ou em festas como, Halloween, a qual apelidamos de dia das bruxas, programas de televisão como Big Brother e The Voice. A cultura mais copiada do mundo, o país onde as coisas acontecem, e acontecem primeiro para depois se espalhar por todos os quatro cantos.

De acordo com o Ministério das Relações Exteriores americano, mais de 1,3 milhões de brasileiros vivem no país e ao menos 730 mil não têm documentação adequada.

Viver de fora de uma cultura, aqui no Brasil sendo influenciado por uma tendência é uma coisa, mas como será que vivem os brasileiros nos Estados Unidos?

Luisa Carla Schwartz Tuchinski, 55 anos, viveu entre 2002 á 2008 em Altamonte Springs, na Flórida. Cidade com pouco mais 40 mil habitantes. Carla, como é conhecida, foi por motivos financeiros, igual a maioria dos brasileiros em busca do sonho americano. Seu marido já estava lá há um ano e meio quando ela foi com seu filho, o qual estudou e se formou no ensino médio, chamado pelos americanos de High School. Ela conta que a formatura é como nos filmes, o formando vai de limusine para a festa que tem rei e rainha do baile, porém os pais não participam. Apenas da colação de grau. A festa foi no ginásio do time da NBA, Orlando Magic, no Amway Center.

A família retornou ao Brasil em 2008. Após um ano e meio por aqui, decidiram retornar aos Estados Unidos, mas dessa vez para Lake Mary, também na Flórida. Foram mais cinco anos até regressar ao Brasil novamente. Ao todo foram cerca de onze anos na terra do tio Sam. Atualmente seu marido voltou pela terceira vez e está trabalhando em uma pizzaria.

A maioria dos brasileiros que vivem nos Estados Unidos trabalham no setor da construção civil, de turismo e serviços ou como domésticos. Com ela não foi diferente, seu primeiro emprego foi como governanta de uma residência. Nessa mesma casa com o passar do tempo, ela atuou como “house clean”, uma espécie de diarista para nós. A diferença é que lá quem estipula o que irá fazer é a empregada, e não o patrão. Para limpar o chão é um preço, para tirar o pó é outro.

Além disso, fez um mini curso de “personal organizer”, e atuou cerca de um ano e meio com isso. Hoje, Carla é organizadora de ambientes no Brasil.

Adaptação e educação

Ir para os Estados Unidos sem saber falar inglês é possível? Como vou me comunicar com as pessoas? É possível sim. Carla e seu marido, Antonio Vitor Tuchinski, foram sabendo apenas o básico, cumprimentar e perguntar. “O inglês que aprendemos aqui é muito diferente do falado lá, mas se você pedir para eles falarem devagar dá para entender”, disse Carla.

Ela conta que é mais fácil conseguir uma residência do que um emprego. Para conseguir uma residência basta pagar apenas três meses de aluguel antecipado, já para conseguir um emprego precisa de indicação, pois quem é que vai contratar um estrangeiro que muitas vezes não sabe nem falar a língua inglesa?

O americano não tem o costume de almoçar em casa, pois não dá tempo. Lá se trabalha de segunda a segunda e recebe por dia, por semana ou quinzenal.  E esqueça seu feijão preto, no máximo feijão branco. Também nunca se ouviu falar em 13º salário. Não dão importância para feriados, eles realmente trabalham de segunda a segunda.

Prestadores de serviços, como taxistas e garçons, por exemplo, recebem além de seus salários, “tips”, que são as nossas gorjetas. Então quando for aos Estados Unidos vá preparado, pois serão muitos “tips”.

A última quinta-feira de novembro, ou dia de Ação de Graças, é o feriado mais conservador do americano. Não importa onde seu familiar mora, ele(s) vem para passar esse dia com o restante da família para agradecer as graças que obtiveram durante o ano. Quatro de julho e Natal são outros feriados muito respeitados também. Em compensação, o Ano Novo não é de grande importância para a sua cultura.

A educação é um dos pontos fortes do país, além da segurança e organização. As escolas do governo são de qualidade, mas os melhores bairros têm as melhores escolas. É de acordo com o subsídio, como se fosse o IPTU aqui no Brasil. Pouco mais de 10% dos americanos frequentam escolas particulares, pois é muito caro. São para pessoas extremamente ricas. Já as faculdades são apenas particulares, com possibilidade de bolsa ou subsídios que permitem ingressar na graduação. Carla conta que “é como vemos nos filmes, os pais começam a fazer uma poupança para o filho entrar na faculdade desde que nasceu, pois é um valor muito alto.” Ela completa dizendo que “quando o filho não entra na faculdade, logo sai de casa aos 18 anos. É da cultura do americano. Só fica em casa se continuar estudando.”

De todas as dificuldades encontradas, a maior foi na questão de amizades, retrata Schwartz, que nunca sofreu preconceito em todos esses anos. “A educação do povo, de tudo, do trânsito, o respeito das pessoas contigo. Nunca senti uma discriminação e não falo quase nada de inglês. Falo muito pouco, o básico do básico”, conclui Carla.

Texto: Romulo Prestes

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