O sorvete que fez parte da infância de muitas pessoas na década de 90, está de volta na cidade!

Por Jeniffer Case

 Sorvete americano ou sorvete retrô, é assim que é chamado o sorvete que fez parte da história dos pontagrossenses -aquele famoso sorvete da década de 90- cujos sabores ficavam em vidros expostos em cima da máquina. Ele era vendido em vários lugares da cidade, mas, com as máquinas modernas, esse sorvete desapareceu.

 Depois de muito tempo o casal Rafaeli Ribeiro e Andrigo Campos trouxe para Ponta Grossa o “Ice Queen”, o tão nostálgico sorvete, fazendo a alegria dos moradores. Rafaeli conta que a ideia de vender o sorvete surgiu na necessidade, quando ficou desempregada em agosto de 2021. “Eu precisava ajudar o meu marido a pagar as contas. Sempre tive meu lado empreendedora, queria abrir alguma coisa diferente que não tivesse aqui em PG, então veio a ideia do Sorvete Americano. Vendemos nosso carro, arrumamos um fusca velho do meu pai e uma carretinha, depois compramos a máquina e os produtos que iríamos precisar.” Eles começaram no dia 4 de dezembro, na Kombina flores. “Vendemos todo nosso estoque no primeiro dia, foi um sucesso! O que nos motivou a continuar todo final de semana”; diz ela.

 Como ainda não têm um ponto fixo, o casal estaciona de sexta a domingo em vários lugares da cidade. Nos dois primeiros finais de semana de cada mês eles estão na Feira da Barão, na Praça do Ponto Azul. Os sorvetes custam entre R$ 6 e R$ 20 , desde o clássico ao gourmet. Eles pretendem futuramente expandir o “Ice Queen” e ter seu ponto fixo, para facilitar a venda, os clientes não terem que ficar procurando onde eles estão e também pela praticidade. “Não é muito fácil ficar em cima da carretinha fazendo o sorvete e dependendo do tempo bom para trabalhar. Quem sabe futuramente abrimos uma sorveteria retrô, estilo americana. Seria um sonho realizado”; conta Rafaeli.

 Por se tratar de um sorvete antigo, o casal ouve muitas histórias das pessoas. “Cada pessoa que vai tomar o nosso sorvete conta uma história diferente. ‘Eu tomava com meu avô’; ‘Meu pai me levava para escola e tomávamos esse sorvete nos anos 90’.

Para eles, é muito gratificante ver o quanto o sorvete faz parte da vida das pessoas. “Geralmente nos domingos, vão famílias inteiras tomar o nosso sorvete. Formam-se filas de crianças e idosos. É muito bom ver o quanto gostam do nosso produto. Muitas pessoas quando colocam o sorvete na boca dizem que voltaram há 30 anos e que o sorvete tem o mesmo sabor de antes”; explica ela.

 E por falar em histórias com o sorvete americano, Tatiane Gonçalves conta que o produto lembra o seu falecido avô.  “Eu lembro que nos anos 90, todo final de mês meu avô me levava para receber o seu salário com ele e sempre passava para tomar esse maravilhoso sorvete, perto da passarela do antigo mercado  Big. Era uma senhorinha que atendia na sua casa, a máquina ficava em um corredor pequeno, tinha também na casa de carnes Moraes, perto do terminal central”,conta ela.

Maria Oliveira também tem lembranças, ela lembra da sua falecida mãe que amava esse sorvete. “Toda vez que minha mãe precisava ir para o centro, ela passava pela rua que vendia esse sorvete, sempre comprava. Quando soube que tinha novamente em Ponta Grossa, me lembrei dela. Que saudade!”.

 Outro relato é do Valter dos Santos, que lembra que tomou o sorvete americano, quando deu seu último passeio na Maria Fumaça. “Eu estava com minha mãe e meus primos.Quando terminamos o passeio de trem ali na estação, fomos ao lado onde é o shopping popular. Tinha uma senhora que vendia esse sorvete, foi um dia que marcou minha infância.”

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