Ponta Grossa

Coleta de resíduos atinge marca de 300 toneladas por dia em Ponta Grossa

Por Eduardo Pereira Vaz

“Lavar roupa, passar, cozinhar e separar os recicláveis.” É assim que a diarista Flávia do Nascimento resume os dias de trabalho e conscientização. “Em todas as casas que trabalho sempre tento incentivar a separação do lixo. É fundamental para o meio ambiente, além de ajudar quem está precisando”, conta.

Ponta Grossa, ao atingir a marca de 358 mil habitantes, segundo apontamento do IBGE, produz, mensalmente, cerca de oito mil toneladas de resíduos. Dados da secretaria do Meio Ambiente apontam que isso representa uma média de 300 toneladas por dia, ou o que seria equivalente a 850 gramas por pessoa todos os dias.

De acordo com a Prefeitura Municipal de Ponta Grossa, atualmente 100% das residências dispõem da coleta domiciliar, realizada por uma empresa terceirizada, a Ponta Grossa Ambiental (PGA). Além da coleta dos resíduos, a empresa também é responsável pelo transporte dos recicláveis, orgânicos e rejeitos até o local de destinação final.

Os números impressionam. Até o dia 23 de março, já haviam sido coletadas na cidade mais de 21 mil toneladas de resíduos. Em 2020, o número final foi de 88.169,28 toneladas, contra 87.115,10 toneladas, em 2021, de materiais recolhidos. Todos tiveram o mesmo destino, o aterro sanitário CTR Vila Velha, localizado no município de Teixeira Soares e inaugurado em 2019. Até então, os resíduos eram encaminhados ao antigo aterro municipal do Botuquara, que operou por mais de 60 anos e teve as atividades encerradas com a inauguração do novo local.

Quando o assunto são os recicláveis, os números são relativamente menores. Em 2020, 1.981,1 kg foram recolhidos no município. Em 2021, a quantidade diminuiu, totalizando 1.299,4 kg de resíduos encaminhados para as quatro associações da cidade. Ao todo, 80% dos recicláveis são coletados porta a porta e o restante descartados nos Pontos de Entrega Voluntária (PEV). São 136 pontos de entrega, distribuídos pela cidade próximos a escolas, postos de saúde, supermercados e locais com grande fluxo de pessoas.

Foto: Cashme

Já os resíduos orgânicos (hortifrutis, restos de alimentos e óleo de cozinha) se transformam em energia elétrica em Ponta Grossa. Inaugurada em abril de 2021, a Usina Termoelétrica a Biogás tem capacidade para receber até 30 toneladas diárias de resíduos orgânicos, o que pode resultar em 520 kW de energia elétrica, suficiente para abastecer 2,4 mil residências. Atualmente a coleta é realizada por um caminhão elétrico e a energia gerada é usada para abastecer prédios públicos municipais.

Para o secretário municipal de meio ambiente, André Luis Pitela, apesar dos avanços no setor da reciclagem em Ponta Grossa, o período de pandemia e a crise fizeram com que muitas pessoas que ficaram desempregadas migrassem para a área da coleta, o que culminou em uma diminuição no número de recicláveis recolhidos pela Prefeitura. Ele ressalta queo resultado é positivo ao analisar que muitos coletores se tornaram micro empresários individuais (MEIs). “Hoje nós estamos com quatro associações que vêm crescendo ano a ano, devido à conscientização da população”, explica. “Antigamente nós só precisávamos do ‘Feira Verde’ para manter as associações. Hoje, mesmo quando o programa tem pausas, nós temos os resíduos que são coletados, tanto porta a porta quanto nos condomínios, que nos permite abastecer as associações”, diz.“Muitas famílias hoje têm empresários de reciclagem e que se mantêm com a coleta de resíduos”, completa.

Pitela afirma que o maior desafio dentro do município ainda é a segregação na fonte, ou seja, a separação dentro de casa. “A pessoa saber a importância, fazer a separação correta do que é resíduo orgânico, contaminado e reciclável, é o nosso maior desafio: a educação ambiental”, pontua. “Nós desenvolvemos vários projetos junto às escolas e com adultos, porque quanto menos resíduo a gente mandar pro aterro, menos nós pagamos, maior a vida útil do aterro, e com isso nós temos várias destinações corretas dos resíduos que são gerados no dia a dia”, completa.

Uma lei federal do ano de 2010 e um decreto municipal de 2016, preveem diretrizes para administrar a destinação de resíduos sólidos em Ponta Grossa. Entre as determinações a serem seguidas, o secretário de meio ambiente destaca a necessidade da apresentação anual de um plano de gerenciamento de resíduos, por parte dos grandes produtores. Ficam obrigados a criarem o plano empresas que geram mais de 100 litros de resíduos por dia. A apresentação acontece sempre até o último dia útil do mês de março de cada ano. “Houve um aumento significativo dos planos de gerenciamento no município, e com isso nós fomentamos várias cadeias de emprego. Os empresários estão cada vez mais regularizando seus empreendimentos, mas o principal do plano é a destinação correta dos resíduos, que a gente percebe que estão surtindo efeito na cadeia final e na reciclagem”, conclui Pitela.

PONTA GROSSA: GERAÇÃO DE RESÍDUOS x GERAÇÃO DE EMPREGOS

Direção: 02

Administrativo: 05

SESMT: 02

Aprendiz:  09

RSS: 01

Varredor:  40

Coletor: 120

Motorista: 59

Fiscal: 04

Manutenção:  17

Equipe Padrão: 83 TOTAL: 342 vagas geradas

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