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Dia Internacional da Mulher – Desafio e superação de mulheres empreendedoras

Experiências e dicas de mulheres que resolveram se tornar as suas próprias chefes.

Por Mariana Soek

Abrir uma empresa no Brasil – e fazer o negócio dar certo – é uma batalha. Mas a dificuldade é ainda maior para as mulheres. Com muito trabalho e esforço, elas estão conquistando lugares de destaque no empreendedorismo e ocupando um espaço importante na área.

De acordo com a Global Entrepreneurship Monitor, já são mais de 30 milhões de mulheres empreendedoras no país. Só no último ano, o empreendedorismo feminino cresceu 40%, segundo dados da Rede Mulher Empreendedora. As mulheres, que são donas do seu próprio negócio, têm um papel importante na economia do país, pois a inserção delas nos negócios torna esse cenário mais diverso, democrático e inovador.

Elas já estão dominando diversas áreas, inclusive aquelas predominantemente ocupadas por homens. Um exemplo disso é a Consuelo Mara de Souza Gumm, que transformou totalmente a sua vida quando decidiu desligar-se da sua carreira de biomédica para empreender no ramo de transportes com seu marido.

Consuelo se mudou de Palmas/PR, onde coordenava um grupo em um laboratório, para Ventania. “No final de semana, eu estava fazendo transfusão sanguínea e na segunda-feira,  estava lidando com caminhões, não sabia nem fazer a metragem de tonelada para metros cúbicos, mas tudo a gente pode aprender a fazer.”

Em menos de um ano, o marido dela faleceu e ela precisou tomar as rédeas da empresa com a ajuda do seu sogro. Apesar dos obstáculos, Consuelo ressalta que não se arrepende da sua decisão, pois tem certeza de que fez a coisa certa.

Célia Lima, assim como Consuelo, também mudou de carreira para empreender. No início, trabalhava em multinacionais, das quais gostava muito pelas oportunidades de ver o mundo dos negócios em alto nível, e há 15 anos sentiu a necessidade de aplicar esses conhecimentos na sua própria empresa. Há pouco mais de três anos, Célia se encontrou no ramo de varejo de calçados e bolsas.

Depois que passou a empreender, Célia diz que a maior mudança na sua vida foi a superação. “Sou uma pessoa que precisa saber onde estou pisando e em um negócio isso é mais difícil de avaliar, sempre há ‘surpresas’ pelo  caminho (como a covid-19) e é necessário agir rápido e com estratégia.”

Apesar das carreiras e dos setores serem completamente diferentes, ambas as empresárias têm dificuldades similares. Consuelo e Célia deixaram claro que sua maior adversidade está no equilíbrio entre vida pessoal, familiar e trabalho.

Tiziane Lucia da Silva, psicopedagoga e empreendedora na área da saúde, tem dificuldades parecidas. “Meu maior obstáculo é a divisão de papéis, eu preciso assumir o papel de uma profissional enquanto estou no consultório e deixar as funções de mãe e esposa de lado. E isso é uma escolha, mas ela pode vir junto com a culpa. E agora, nessa época de pandemia, eu preciso auxiliar meu filho na tarefa, também preciso coordenar as coisas da minha casa e a mim enquanto pessoa, com o tempo que preciso dedicar para o salão e academia, por exemplo. Sem falar em organizar as atividades em família, com meu filho jovem e o outro adolescente. E, além de tudo isso, tem mais a questão do crescimento profissional, eu preciso ter tempo para fazer cursos, me aperfeiçoar e estar mais inteirada dos assuntos e demandas que surgem na clínica. Então, é um grande jogo de cintura para organizar tudo isso.”

Tiziane já trabalhou em muitas funções antes de ter seu próprio negócio, como professora, psicopedagoga em escola e coordenadora pedagógica, e em toda sua carreira teve sempre um olhar voltado para a mulher, principalmente àquelas que são mães. E a maior mudança – e alegria – que ela sente em sua vida, desde que abriu o consultório de psicologia, foi poder ajudar outras mulheres e mães a se libertarem do sentimento de culpa de tirarem um tempo para si. “Isso é o que me motiva todo o dia a ir para o trabalho e saber que muitas pessoas vão estar a um passo da sua realização pessoal e tranquilidade.”

 Dicas para mulheres que querem empreender:

 O caminho para empreender nem sempre é um mar de rosas, mas existem dicas de pessoas experientes que podem deixar tudo mais fácil.

Célia Lima aconselha sobre a importância de sonhar com os pés firmes no chão e entender que haverá conquistas e derrotas, mas fazer com que as conquistas sejam muito mais valiosas. “Seja persistente mas com estudo e estratégia, tenha metas de futuro mas sempre olhando e comemorando a evolução que vai acontecendo pelo caminho. E, principalmente, procure parceiros/parceiras de negócios, porque 1+1 é mais que 2.”

Tiziane alerta que não é fácil empreender e nem separar as funções, mas que a realização vale a pena o esforço. “A mulher sempre consegue! Arregace as mangas, vá em frente, não deixe seus sonhos para trás, os filhos crescem e voam. Tenha muito pé no chão, se organize mentalmente, tenha estratégias e metas. Muita mulher passa a vida sem se realizar, pois ficam presas em outros papéis.”

Consuelo recomenda que você não tenha medo e encare os desafios. “Não existe isso que mulher não pode fazer, nós somos capazes de aprender tudo e qualquer coisa.”

Que as histórias que você conheceu aqui sirvam de inspiração para que você crie sua própria trajetória.

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