Motorista de ônibus conta suas experiências de profissão

Por  Gabriel Guachineski

Mário dos Martyres, de 58 anos, casado, tem dois filhos e é motorista de ônibus há 22 anos. Atuante no setor rodoviário de transporte de passageiros, já esteve nos estados de Santa Catarina, Paraná e São Paulo, sendo seu maior percurso em viagem o país da Argentina.

Mário já passou por momentos difíceis, sendo o mais marcante quando um passageiro teve problemas cardíacos dentro do veículo. Ele conta que graças a Deus a viagem estava encerrando em uma cidade onde puderam se deslocar diretamente ao hospital e tudo terminou bem.

A satisfação por estar hoje trabalhando em uma empresa onde ele tem sua profissão reconhecida, faz com que ele trabalhe com dedicação e esforço diário, com veículos que lhe proporcionam conforto e segurança no transporte de seus clientes. Porém Mário relembra que nem todas as empresas têm dedicado o devido reconhecimento a seus colaboradores, seja em excessivas jornadas, pagamentos impróprios e falta de manutenção em veículos que transportam vidas.

Uma longa carreira para alguns causa um desgaste físico, mental e mesmo físico. Por isso, Mário relata ter pensado por diversas vezes em desistir da profissão, pois as rodovias se tornaram muito violentas nos últimos tempos, mas, ele conta não se ver em outra profissão que não seja a que ele se dedicou por décadas. Outra questão relatada é a falta que sente de estar ao lado de seus familiares por mais tempo. O motorista diz sentir vontade de retornar assim mesmo que chega a seu destino.

Atualmente vivemos um cenário de pandemia que traz insegurança para milhares de pessoas, os ônibus passaram por um período de instabilidade e suspensão de viagens, porém com o relaxamento e a necessidade da sociedade em utilizar este meio de transporte já estão sendo normalizadas as linhas rodoviárias. Mário sente-se preocupado com a falta de consciência das pessoas que tratam do assunto como uma brincadeira.

Experiente, eles conta que utiliza com grande freqüência álcool em gel, que não falta em sua bolsa de viagem e sempre está com máscara. Além disso, orienta seus passageiros para que sigam as determinações de órgãos de saúde, e as da empresa em que ele trabalha, como a utilização do álcool gel presente nos veículos, máscaras e aferição de temperatura. “Amo minha profissão de motorista de ônibus, amo o que faço”, declara.