Catedral conta história de quase dois séculos fé em Ponta Grossa
Texto: Lucas Cordeiro
Fotos: Danilo Wirdermann
Em 15 de setembro de 1823, Dom Pedro I criou em Ponta Grossa, Paraná, uma Paróquia dedicada a Nossa Senhora de Sant’Ana. Na época, a organização era apenas a 9ª Paróquia do Estado. Inicialmente seria uma capelinha simples, com um altar singelo, onde ficaria uma pequena imagem da Santa que intitulava o nome da igreja. Foi assim por um bom tempo, até que em 1863 houve uma ampliação, afinal o número de fiéis estava aumentando.
Em meados de 1923, a Paróquia Sant´Ana havia sido totalmente reconstruída pelo arquiteto italiano, Nicolau Ferigotti, que no seu projeto apresentava um aspecto imponente. Três anos mais tarde, a Matriz de Sant’Ana foi elevada à categoria de Catedral. Tudo estava bem, certo? Quase isso.
Uma nova Catedral devia ser construída
E em 1940 a Catedral Sant´Ana estava com problemas estruturais no telhado e com rachaduras na parte lateral. Ou se fazia uma grande reforma ou se construía uma nova igreja. Em 1950, com o pastoreio do bispo D. Antônio Mazarotto, primeiro bispo de Ponta Grossa, que ficou na cidade por 35 anos, foi pensada a construção de uma nova Catedral. Mazarotto começou os estudos para a nova construção, porém o trabalho levaria quase 30 anos para ser de fato levado em frente. Quem aceitou o desafio de demolir o que fosse preciso da catedral em estilo europeu e tocar um ambicioso plano modernista, foi Dom Geraldo M. Pellanda, por volta de 1979.
Contou com a ajuda de milhares de pessoas e também de entidades. Todos os bispos diocesanos: Dom Antônio Mazarotto, Dom Geraldo M. Pellanda, Dom Murilo S. Ramos Krieger, Dom João Braz de Aviz, e o atual bispo Dom Sergio Arthur Braschi, foram protagonistas desta história com todo o Clero e os diocesanos.
Realização da Campanha Pela nossa Igreja Mãe – Catedral
Construir uma catedral ampla e moderna não era barato. O que o Vaticano mandou e o que dispunham em caixa não deu para cobrir o projeto. Faltou dinheiro para fazer todo o acabamento interno. Foi aí que nasceu a “Campanha Pela Nossa Igreja Mãe – Catedral”, com o propósito de levantar fundos de maio a dezembro de 1979, para as obras de finalização.
Segundo Dom Sérgio Arthur Braschi, atual bispo diocesano, foi solicitado a cada fiel que colaborasse com R$ 1,00 ao mês para realizar a obra. Ao fim da ação evangelizadora foram arrecadados cerca de um milhão e sessenta mil reais. “Sobrou dinheiro. Precisávamos somente de um milhão, o restante foi devolvido às Comunidades em forma de presentes”, afirmou o bispo. Foram gastos aproximadamente quatro milhões de reais durante todo o processo de construção da nova catedral.
Uma nova família paroquial
Em 10 de janeiro de 2000 assumiu como Pároco, o Padre. Casemiro Oliszeski, que permaneceu como sacerdote por 17 anos na Catedral. Hoje ele é o pároco da Igreja São José. Segundo Casemiro, os principais desafios encontrados no começo da catedral foram: a falta de pessoas que auxiliassem nas atividades paroquiais e ainda continuar o processo de finalização da construção da nova Catedral, além da manutenção do prédio.
Ele ressalta que, a Catedral Sant´Ana, seria uma expressão de fé de um povo e de uma comunidade. “Foi um tempo e um lugar o qual marcaram minha vida e hoje sinto saudades por onde caminhei tanto tempo, mas estou disposto ao novo”, afirmou o sacerdote.
Celebração de Inauguração
E no dia 23 de Julho de 2009, às 19 horas, foi oficialmente terminada a obra da Catedral Sant`Ana e inaugurada com Celebração Eucarística Solene da Benção e Dedicação da Nova Igreja Catedral, com a presença do Núncio Apostólico Dom Lorenzo Baldisseri, o qual representava o sumo pontífice o Papa Bento XVI.
A Catedral em números
A atual Catedral tem: 2.250 metros quadrados no espaço interno, comportando 1.200 pessoas sentadas. Sua altura da igreja entre o nível da Praça Marechal Floriano Peixoto até o ponto alto da cruz é de 61,9 metros. O subsolo tem 3.650 metros quadrados e abriga o ossário, os banheiros, o museu e o estacionamento.