Larissa Cristina Bim
A endometriose é uma doença que, segundo a Fundação Mundial de Pesquisa de Endometriose (WERF), atinge cerca 10% da população mundial feminina e está presente em 50 a 60% dos casos de infertilidade, entretanto ainda não são conhecidas as possíveis causas e nem a cura para a doença.
A assistente social Patricia Divaldin descobriu a endometriose, doença em que o endométrio cresce em outras regiões do corpo, aos 38 anos quando realizou diversos exames para tentar uma fertilização in vitro após vários anos sem conseguir engravidar.
Ela conta que sempre sentiu dores, incômodos e hemorragias no período pré-menstrual, mas os médicos diziam ser normal. “Assim fui levando durante anos, aprendendo a conviver com isso, tomando muitos analgésicos com resultados paliativos”, relata Patrícia.
Patricia assinala que quem convive com a endometriose possui uma vida com limitações em alguns dias do mês, e que tem dificuldades em realizar atividades simples, como por exemplo, sair de casa e ir para o trabalho, devido às dores no corpo todo, enxaquecas, náuseas cólicas e principalmente hemorragias causadas pela doença.
Para ela a pior parte ainda é a infertilidade, conta que sua tentativa de fertilização in vitro não teve êxito, o que lhe causou um grande sofrimento psicológico e físico. Além de ser um método caro, que não é oferecido pelo Sistema Único de Saúde (SUS), não é coberto pelos planos de saúde.
O tratamento é feito através da medicação que impede a menstruação por alguns meses, e faz com que as lesões cicatrizem e as dores fiquem mais amenas. Em alguns casos ainda requer cirurgia.
Em Ponta Grossa, o diagnóstico e tratamento são realizados nas Unidades Básicas de Saúde e no Centro Municipal da Mulher. O município não tem como contabilizar os dados da doença. Apesar de ser uma doença que atinge cerca de 10 a 15% das mulheres em idade reprodutiva, somente três estão na fila e aguardam a cirurgia. O que demonstra a falta de campanhas de alerta e cuidados à população feminina.