Mulheres de 50 anos dão exemplo de superação e força de vontade quebrando paradigmas e mudando hábitos
Por Amanda Nunes Stefaniak
Em Ponta Grossa, cidade com mais de 300 mil habitantes, a dança se mostra como grande oportunidade de aprendizado e de vivenciar experiências únicas e divertidas, inclusive para o público que já chegou na casa dos 50 anos.
É possível aprender em qualquer idade, desde que haja força de vontade. Alan é professor de educação física e de danças de salão há mais de 10 anos, acredita que na dança não há limites, ele possui turmas com mulheres de 50 anos e que não largam o hábito de dançar por nada. “Diferente de crianças e jovens que dependem dos pais e muitas vezes fazem as aulas por obrigação, os adultos escolhem participar da aula com comprometimento e dedicação e isso é tudo que você precisa para ser um dançarino: querer”, assegura o professor. “Acho que as barreiras e padrões impostos pela sociedade estão aí para nós quebrarmos diariamente. Ninguém é velho demais para aprender algo novo, ainda mais algo que só vai lhe trazer novas possibilidades e sentimentos positivos”, explica Alan.
Jeaneth Nunes Stefaniak nunca se sentiu à vontade para iniciar a dança, até chegar aos 50 anos e se deparar com uma nova paixão: a dança de salão. “Eu sempre fui envergonhada, não tinha gingado e muito menos musicalidade, então antes de começar as aulas sentia que era incapaz de aprender algo tão novo. Mas com insistência e constância eu me vejo melhorando cada vez mais e conseguindo dançar todos os ritmos que o professor ensina. Para mim isso é uma superação. Meu preferido inclusive é o samba, um ritmo que é necessário um certo gingado”, conta a advogada que também aprendeu Pole Dance e Jazz.
Já Claudia Cristina Saveli, de 51 anos dança todos os dias da semana e vê a dança como terapia. “A dança não tem idade, tipo físico, gênero, cor, pesoou distinções sociais, a dança é para quem quer dançar”, explica a dentista que notou melhoras na coordenação motora e na auto-estima. “Além de me desestressar da rotina e dos problemas diários, a dança me faz sentir viva. Quando danço é o meu momento, destinado só para mim”, relata ela.
Pauline Pache De Faria Bartholo também é aluna do Studio Alan e iniciou o ballet clássico aos 10 anos, porém parou ao ter uma lesão e ficou 36 anos sem dançar, retornando no ano passado com 5 aulas de dança por semana. “A dançanão tem idade certa, principalmente a dança de salão, o ballet até exige uma maior flexibilidade o que é mais fácil de conseguir quando jovem. Mas nada é impossível quando se tem força de vontade”, fundamenta a psicóloga. “Acho que a dificuldade para quem aprende após os 50 anos está na memorização dos passos, porém aprender essa atividade só me trouxe benefícios inclusive para a mente, sinto que melhora meu humor e a minha disposição, me sinto bem e capaz quando consigo realizar um novo passo. Além disso me ajudou a fazer novos amigos quando eu era nova na cidade, então só me trouxe coisas boas”, finaliza Paulline.