BrasilCampos GeraisDestaquesParanáPonta Grossa

O acolhimento psicológico no tratamento dos pacientes de câncer

Como o auxilio de diversos profissionais e demais terapias desenvolvem-se na trajetória de um portador de câncer

Por: Andrea Borges, Bianca Almeida, Daniela Alves, Willian Koziel, Emanuel Robassa

No Brasil o câncer afeta boa parte da população. Uma estimativa lançada pelo Instituto Nacional do Câncer (INCA), junto ao Ministério da Saúde, mostrou que o país deverá ter, somando-se os anos de 2018 e 2019, cerca de 1,2 milhão novos casos da doença. Para ambos os sexos, o tipo de câncer mais incidente será, segundo a mesma pesquisa, o de pele não melanoma, um tipo de tumor não letal, com 165.580 novos casos.

O número alto de incidências, assim como sua gravidade, faz com que o câncer seja uma das doenças mais temidas pelos brasileiros. Tão logo são diagnosticados com a doença, as pessoas começam a ter seu estado emocional alterado e tornam-se cada dia mais instáveis psicologicamente.

Em uma de suas cartilhas, intitulada ‘Bem-estar, qualidade de vida e redução do estresse durante a quimioterapia’, o INCA ressalta a importância de o paciente sentir-se calmo e psicologicamente estável ao longo do processo, e afirma que o uso de métodos que diminuem o estresse nas pessoas durante a quimioterapia é fundamental.

A psicóloga Leiliane Nascimento explica a importância da terapia psicológica no tratamento de doenças graves como o câncer. “A terapia é de suma importância para que haja o acolhimento. Quando uma pessoa é recebida pelo psicólogo ela pode falar tudo o que sente e pensa, ela pode falar sobre seus medos e anseios relacionados a vida, a doença, tratamento, morte o que vem depois da morte”, diz.

Ela conta também que as pessoas que estão doentes guardam para si seus pensamentos e sentimentos, pois têm receio de falar para seus familiares, uma vez que não sabem como falar, ou buscam poupá-los de suas angústias. “O meu papel como psicóloga é ouvir, acolher e auxiliar o paciente no enfretamento da doença, bem como trabalhar sonhos, fantasias, medos, as relações familiares e tudo o mais que o paciente trouxer como demanda”, afirma.

Da dificuldade no apoio psicológico dos pacientes surgiu um ramo na medicina, responsável por auxiliar as pessoas durante o tratamento do câncer. A pisco-oncologia,  é a ciência que estuda as maneiras de estabilizar as emoções do paciente, fazendo com que este venha a ter a qualidade de vida requerida pela ciência médica para o seu tratamento.

Desde 1998 o Ministério da Saúde determina a obrigatoriedade de haver psicólogos na equipe de suporte das clínicas oncológicas como critério de cadastramento das mesmas. Em um expediente comum no tratamento psicológico dos pacientes são trabalhadas algumas atividades que desenvolvem a coordenação emocional e sensorial, principalmente na ala infantil.

 

Terapia do Amor

Em Ponta Grossa, a confecção e venda de bonecas para ajudar os pacientes de câncer foi aderida e tornou-se uma atividade importante. Semelhante a outros projetos iniciados no Brasil para ajudar as pacientes de câncer, o Projeto Terapia do Amor, que conta com a parceria do Clube de Mães da Igreja Presbiteriana Independente de Ponta Grossa, realiza a fabricação de bonecas pelas próprias pacientes, com material recebido de contribuintes.

O projeto surgiu da necessidade financeira das pacientes para comprar  suplementos alimentares, mas veio em benefício como terapia para a diminuição do estresse, uma vez que, ao trabalhar na confecção das bonecas, as pacientes concentram-se na atividade física e diminuem o fluxo de pensamentos negativos.

Com 15 participantes no início, o Projeto hoje já contou com mais de 100 pessoas que se dispuseram a fazer o trabalho voluntariamente junto às pacientes. Segundo as organizadoras, qualquer pessoa disposta a realizar a confecção de bonecas pode participar indo diretamente ao local do trabalho na Rua Cel. Francisco Ribas, 1165, Centro.

Confira no vídeo detalhes sobre os encontros:

E nos áudios relatos das voluntárias que participam do projeto:

Ouça o relato de Maria Marli

Ouça a história de vida e passagem pelo projeto de Marilene Burgardt

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *