BrasilCulturaMundo

Jovens LGBT+ falam sobre aceitação familiar e preconceitos

Por: Maria Eduarda Oliveira Malucelli, 4°período

 O Brasil é o país que mais mata LGBT+ nas Américas e o número 1 do mundo na morte de transexuais, e muitas vezes, sem ter o apoio da família, o medo de se assumir é constante.

  O termo “sair do armário”  refere-se ao ato de quando alguém de sexualidade não hetero, decide manifestar e assumir o que realmente é, tanto para familiares, amigos e toda a sociedade, mas quase sempre isso é uma tarefa mais difícil do que parece, muitas vezes o preconceito vem de dentro da própria casa com a família, a violência nas ruas, a perda de trabalhos e o assédio.

Os riscos são muitos, de acordo com a Associação Internacional de Lésbicass Gays, Bissexuais, Transgêneros e Intersexuais (ILGA), publicada na Agência de Notícias das Favelas, o Brasil é o país que mais mata LGBT+ nas Américas e fica em primeiro lugar no mundo todo em homicídio de pessoas trans e se for considerar os riscos apenas em grade nacional, as chances de um LGBT ser morto no nordeste são três vezes maiores do que um LGBT ser morto no sul do Brasil.

O jovem João (nome fictício para preservar a identidade do entrevistado) relata que levou oito anos para se assumir, devido ao medo do bullying e da homofobia fora de casa. “Meus pais são cristãos, e eu sempre achei que se eu fosse me assumir seria horrível para eles, mas para a minha surpresa eles foram tranquilos comigo.Eu pude ver um certo medo no olhar deles, onde claramente me pediram para esperar até eu entrar na faculdade para eu poder me assumir socialmente, acho que eles tinham mais medo do que eu, e de certa forma eu entendo eles, o mundo é cruel e eu tenho sorte da homofobia não ter partido de dentro de casa”.

Já a jovem Helena (nome fictício para proteger a identidade da entrevistada) não teve a mesma sorte. “Meus pais sempre foram maravilhosos, mas eu cresci ouvindo comentários homofóbicos durante toda a minha vida, incluindo a clássica frase ‘prefiro um filho morto do que gay/lésbica’. Quando eu sofri homofobia, não tive para quem pedir ajuda, não tive um colo, nem um ‘sinto muito’.Temo as consequências de falar sobre isso abertamente com minha família, pois, tenho medo de um dia para o outro não ter mais uma família por conta da minha sexualidade”.

A LGBTfobia além de poder causar danos emocionais, psicológicos e físicos é crime e garante até cinco anos de prisão em casos não violentos fisicamente. Caso precise fazer alguma denúncia, o número é o disque 100.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *