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Instituição de Ponta Grossa desempenha atendimento especializado à crianças autistas

Há 23 anos, a Aproaut promove a inclusão de famílias que sofrem com o autismo 

Por Diego Ricardo, Fábio Silva, Gabriel Cruvinel e Larissa Bim

 

 

O autismo é um transtorno psiquiátrico que compromete a interação social, a comunicação, o comportamento e a capacidade de aprendizado de quem o possui. Segundo a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), em 2017 estimava-se que uma a cada 160 crianças no mundo todo tem o Transtorno do Espectro Autista (TEA). E estudos realizados nos últimos 50 anos ainda demonstram que o esse número parece estar aumentando.
Em Ponta Grossa, desde 1996, funciona a Associação de Proteção aos Autistas (Aproaut). É uma entidade filantrópica que tem como objetivo proporcionar atendimento especializado a crianças e adolescentes autistas. A professora Arinalva Teixeira conta que a ideia surgiu por meio de um grupo de pais que, por não terem um lugar para levar seus filhos autistas para receber atendimento, se uniram e criaram a instituição.
Atualmente a associação atende aproximadamente 130 crianças e conta com cerca de 50 funcionários, Arinalva afirma que são poucos professores para uma demanda muito grande de alunos. Também, no ensino regular, há crianças autistas incluídas que necessitam de um segundo professor para atenção especial, mas que não têm o serviço.
O autismo pode ser percebido quando o bebê ainda tem poucos meses de vida. A professora conta que, muitas vezes, as famílias veem que a criança é diferente, mas têm receio. Lucelena Bueno da Silva, uma das mães, relata que seu filho é um autista e nos primeiros meses de vida rejeitava o colo, chorava muito, e com seis meses começou a realizar movimentos repetitivos, conhecidos como estereotipias.
Lucelena afirma que depois que seu filho começou a frequentar a instituição progrediu bastante. “No ônibus ele via gente e chorava; em casa se chegava gente ele fazia escândalo. E hoje mudou isso, ele abraça o pessoal e vai no colo de todo mundo”, relata a mãe. No entanto, a professora conta que com os autistas têm que estar sempre fazendo testes, expondo aos poucos a uma nova experiência, pois nunca se sabe o que pode desencadear um surto. “Pequenas coisas, desde um papel jogado no chão ou uma carteira que está em um lugar diferente, qualquer coisa pode desencadear uma crise”, afirma Arinalva.
Em relação ao trabalho da Aproaut, a professora afirma que o importante é tirar essas crianças da exclusão, pois não somente elas, mas a família toda sofre preconceito. “A pessoa tem que primeiro conhecer para depois formar opinião. […] Cada criança é uma, cada adolescente é um, então se você não conhece não pode ter como base uma leitura ou um livro. Mas deve pesquisar, conhecer, pois é assim que o preconceito irá acabar”, ressalta.

 

Áudio da conversa com a professora Arinalva Teixeira na íntegra.

Áudio da mãe do portador de autismo (Lucelena Bueno da Silva) na íntegra.

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