História de superação: jovem de Ponta Grossa conquista títulos em campeonatos de judô

Por Milena Batista

A judoca Gabriele Maroqui, ajudou sua avó a vender doces, com o objetivo de arrecadar dinheiro, para participar de campeonatos

O destino decidiu unir Gabriele ao judô. A jovem de 21anos começou em um projeto social, chamado Atleta do Futuro, realizado pelo Sesi. “Na verdade, eu queria participar do futsal, mas graças a Deus não tinha vaga. Então, me ofertaram fazer parte da equipe de judô. Desde aí, meus olhos brilharam pela arte”, afirma.

Gabriele Maroqui pratica judô há dez anos. Ela participa de campeonatos, desde os três meses, de iniciação. Dentre eles estão: os Campeonatos Brasileiros sub-18, sub-21 e sênior, além de dois Campeonatos Brasileiros Escolares (Jogos Escolares da Juventude). “Estive na seleção do Paraná por seis anos. Ganhei títulos e várias medalhas que resultam um total de, aproximadamente, 80 participações, juntando Campeonatos Regionais, circuitos, Campeonatos Paranaenses, campeonatos sediados pelo governo estadual e federal, fora os Jogos Escolares da Juventude”.

O título que mais a marcou, foi com a seleção feminina paranaense, conquistado em 2016. A equipe foi campeã dos Jogos Escolares da Juventude, que ocorreu em João Pessoa-PB.

Criada pela avó, Maroqui se enche de orgulho ao falar sobre o apoio que ela deu em sua trajetória. Em relação à arrecadação de dinheiro, para conseguir ter a presença em campeonatos, Gabriele conta que ”” ela sempre foi salgadeira”. “Nós vendíamos salgados e doces, principalmente na prefeitura. Atualmente, realizamos encomendas de doces para festas. Desde criança, ajudo minha avó em tudo! Orgulho-me disso hoje, pois, dou muito valor a tudo que tenho e que conquistei, ainda com pouca idade”.

Segundo a atleta, seus avós acham tal esporte violento. “Mesmo com a palavra “judô”, tendo como tradução: Ju= caminho; Do= suave, é uma área onde acontecem algumas lesões por se tratar de uma arte marcial, em que usamos a força”. Contudo, a mesma completa que eles sempre ficam felizes ao vê-la chegando em casa com o resultado, e que, independente do desfecho, querem a ver bem.

O sensei Luciano Rodrigues Ferreira dá aulas de judô há 25 anos, e é professor da Gabriele há sete anos. Ele diz que a aluna é uma guerreira, uma pessoa adorável, responsável e dedicada. “O rendimento técnico e tático dela, é excelente. Sempre está pronta para treinar, mesmo cansada”, conclui.

Segundo ele, todo esporte é fundamental no crescimento e na socialização das pessoas, principalmente para jovens e crianças. “A prática constante, traz benefícios para a saúde física e mental”.

“Existem centenas de “Gabi”, espalhadas pelo Brasil. Uma triste realidade, onde atletas de alto nível precisam deixar de lado o esporte, por falta de recursos. Ter uma carreira esportiva cortada pela falta de incentivo, em um país onde esporte e saúde, não são prioridades”, afirma Ferreira.

Para Gabriele, o esporte é sua filosofia de vida. “Melhor uso de energia! Sua prática visa aprimorar tanto as qualidades físicas, quanto as morais do praticante, com a finalidade de obter o rendimento máximo, em menos tempo possível. Ataque e defesa são os métodos de ensino. O judô pode mudar a vida de jovens e crianças, pelos seus princípios de moral e ética. O certo pelo certo. Sempre mantendo a humildade que o judô prega”. E finaliza com a frase do fundador da arte marcial judô, Jigoro Kano: “O judoca não se aperfeiçoa para lutar, luta para se aperfeiçoar”.

De acordo com a UNESCO, o judô é um dos melhores esportes para ser praticado, pois, une força e diversão. Além de benefícios físicos, como a força, a velocidade, a resistência e a coordenação motora. E os benefícios morais, como a disciplina, a cortesia, o autocontrole e a paciência.