Mais do que saúde, a Farmácia Solidária vem como uma forma de conscientizar as pessoas sobre a democratização de remédios
Por: João Vitor Maciel
A Farmácia Solidária é o mais novo jeito de ajudar quem não tem condições de comprar remédios não fornecidos pela saúde pública, além de objetivar o descarte correto dos medicamentos. Ela já existe em algumas cidades do Brasil, mas em Ponta Grossa, Paraná, a ideia se tornou Projeto de Lei aprovado, recentemente, pela Câmara Municipal (CMPG), buscando auxiliar aqueles que mais necessitam.
O projeto da Farmácia Solidária é inspirado em um trabalho realizado por uma faculdade privada dos Campos Gerais, na Paróquia São José, conhecido como ‘Farmácia da Partilha’. O principal objetivo é evitar o desperdício e descarte incorreto de medicamentos pela população, como explica o Doutor Erick, vereador em Ponta Grossa. “Muitas pessoas realizam tratamento e utilizam apenas uma parte dos remédios, e o resto ainda bom, acaba indo para o lixo comum, o que contamina o meio ambiente”, disse.
De acordo com o Projeto de Lei nº98/2021, o qual regulariza a ‘Farmácia Solidária’ no município de Ponta Grossa, medicamentos doados por pessoas físicas, assim como aqueles que não estão lacrados, agora poderão ser doados ao projeto, algo que anteriormente não era permitido. O PL ainda busca garantir segurança jurídica para implementação da ideia em instituições, faculdades e entidades interessadas. O Vereador ainda ressalta que muitos desses medicamentos descartados são de alto custo e não são fornecidos pelo SUS (Sistema Único de Saúde). “O meu projeto visa regulamentar o programa Farmácia Solidária, permitindo com que outras instituições desenvolvam este trabalho”, explica.
Para a Farmacêutica Fernanda Alexia Kawahara, esses projetos aumentam a disponibilidade de medicamentos a pessoas mais carentes, além da adesão a tratamentos se tornarem maior, diminuiu-se problemas mais graves. “Um exemplo clássico é o paciente que possui pressão arterial elevada e faz uso regular de medicamentos para este fim, se seu tratamento for interrompido por falta de recursos, sua pressão ficará alterada, podendo ocasionar fortes dores de cabeça ou até um infarto ajudo do miocárdio”, disse.