Ponta Grossa

Falta segurança pública na cidade de Ponta Grossa

Medo atinge todos os bairros e o Centro da cidade

Por Beto Gomes, Igor Rugilo, Victor Freitas, Leandro Pitella, Dulce Pais, Kelly Kuki.

Ponta Grossa é a quinta cidade do Estado onde mais são aprendidas armas de fogo, segundo Centro de Análise, Planejamento e Estatística, da Secretaria de Segurança Pública do Paraná. O crime organizado na cidade tem aumentado e a população sofre pela falta de segurança nos bairros e pelas falsas promessas de campanhas políticas de melhoria na segurança pública.

Como forma de se proteger, moradores buscam maneiras para se defender, criando sua própria política de segurança. Grupos de Whatsapp, nos quais os moradores dos bairros cuidam das casas uns dos outros, segurança privada, cerca elétrica e muros altos, são algumas das alternativas encontradas por aqueles que um dia já foram vítimas de roubos e furtos.

Alessandra Giovaneli, moradora do bairro Nova Rússia, teve sua casa invadida por bandidos no início de 2019 quando agredida e amarrada. ‘’Foram momentos de horror, pensei que iria morrer, só pensava em meu filho’’, lembra. Ouça o áudio.

Segundo levantamento da polícia, Nova Rússia é onde se tem uma das maiores taxas de homicídios do município, seguido por Uvaranas, Boa Vista, Chapada e Cara-Cará.

Mortes Violentas em Ponta Grossa segundo a SESP:

segurança

Segundo o delegado Nagib Nassif Palma, setembro foi o mês com maior índice de assassinatos, sendo em sua maioria do sexo masculino entre 18 a 30 anos. Fatos como esse acontecem devido a falta de segurança pública na região, número reduzido de policiamento nos bairros, trazendo insegurança a população.

Os principais alvos dos bandidos para furtos e assaltos são estabelecimentos comerciais como farmácias e padarias. Mas até mesmo os Centros Municipais de Educação Infantil (CMEIs) sofrem com a falta de segurança.

De acordo com a Secretaria Municipal da Educação, ao menos 15 CMEIs foram assaltados em 2019 na cidade.

Guarda Municipal ajuda, mas não soluciona o problema

Desde 2003 a cidade de Ponta Grossa conta com a Guarda Municipal, que tem hoje um efetivo de 250 agentes e supre uma parte da necessidade por vigilância. Lucas da Silva, proprietário de um estabelecimento comercial no Núcleo Pimentel, diz se sentir seguro em seu bairro devido o trabalho da Guarda Municipal. “A segurança aqui no bairro é boa, não tenho do que reclamar. Quando precisei da Guarda Municipal fui bem atendido, vieram e resolveram o problema”.

Mas a situação de Lucas pode ser considerada uma exceção, pois nem o Centro da cidade está livre da ação de bandidos. Segundo relatos de estudantes que circulam pelos trailers de lanches do centro, é comum ver acontecerem pequenos delitos nesses locais.

Quando procurada para falar a respeito da segurança pública na cidade e sobre promessas de campanha políticas a Prefeitura disse que os investimentos na área de segurança pública na cidade ocorrem através da Guarda Municipal e que a promessa de módulos móveis, veiculada em propagandas políticas do período eleitoral, foram promessas do então governador do estado, Beto Richa.

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