O diagnóstico de uma das doenças que mais mata no mundo e a fé como resposta
O diagnóstico de uma das doenças que mais mata no mundo e a fé como resposta
O diagnóstico de uma das doenças que mais mata no mundo e a fé como resposta

Por Dani Ribeiro e Laísa Morais

O câncer é uma das principais causas de morte entre os brasileiros. São cerca de 600 mil casos registrados por ano no país e, de forma geral, o câncer de pele é o mais frequente. Entre os homens os tipos com maior incidência são o de próstata, pulmões e estômago, e entre as mulheres, o de mama, colorretal, colo do útero e de ovário. Apesar de temida e agressiva, a doença não é uma sentença de morte e muitos sobrevivem. Essa experiência de enfrentar um câncer e vencer é transformadora para o paciente e para toda a família que acompanha a luta. Juciela Ferraz e Josemare Machado Alves passaram por esse obstáculo e hoje são inspiração.

*Uma nova chance*

O sonho da maternidade estava demorando mais que o previsto por Juciela Ferraz, na época com 26 anos. Em busca de respostas e de uma solução, ela procurou ajuda profissional, sem imaginar o tamanho da jornada médica que estava por vir. O primeiro diagnóstico para a infertilidade e as cólicas frequentes foi endometriose, que poderia ser removida com uma cirurgia.  Pensando na realização do desejo de ser mãe, Juciela se submeteu ao tratamento indicado pela médica, porém, durante o procedimento cirúrgico constatou-se que na verdade tratava-se de câncer de ovário, estágio três (de quatro possíveis), com 13 e 9 cm cada tumor e metástase no abdômen, útero e trompas.

“Por alguns segundos fiquei em estado de choque, várias coisas me passaram pela cabeça, como a morte…”

No início, Juciela tentou esconder a situação da família, tentando poupá-los do sofrimento. Porém, depois de dada a má notícia foi justamente da família e amigos que estavam sempre por perto que ela recebeu o apoio que precisava para lutar. O tratamento durou quase um ano e meio e contou com vários procedimentos como laparoscopia, citorredutora radical (retirada dos tumores e órgãos afetados), cirurgia robótica menos invasiva e vinte e uma sessões de quimioterapia. Apesar da severidade da doença e de todos os efeitos colaterais, ela resistiu firme, etapa por etapa. “Minha força veio de Deus, minha fé se tornou inabalável, foquei em minha cura com pensamento positivo, otimismo, foco, fé e muita autoestima. A minha sede pela cura me cegou da gravidade de minha doença”, conta.

Juciela hoje está curada do câncer
Juciela hoje está curada do câncer

Juciela recebeu a notícia que estava livre das doloridas quimioterapias, como quem recebe uma nova certidão de nascimento. E a mensagem que ela deixa para quem está passando por um momento parecido é de que o diagnóstico não é o fim. “Atualmente nossa tecnologia está muito avançada […] vale a pena lutar. Desistir da vida, da cura, jamais! Tenham fé, força e foco!”, aconselha.

*Acreditar é preciso*

Josemare Machado Alves, também é um caso de superação. Mulher de 42 anos de idade, mãe de um rapaz de 18, casada há duas décadas, já enfrentou muitos desafios pelo caminho.

Em 2010, decidiu ter mais um filho, porém a gestação era anembrionária, onde existe o saco gestacional, mas sem embrião. Passou por procedimento cirúrgico e alguns meses depois engravidou novamente. Quando estava com oito meses de gestação, os exames apontaram uma síndrome rara no bebê e ele não conseguiria sobreviver. Em setembro de 2011, o bebê nasceu, viveu 24 minutos e faleceu. “Foi um momento muito difícil e eu não sabia que meu calvário estava só começando”, relembra. Um mês depois, Josemare teve uma embolia pulmonar e derrame pleural e os médicos não deram esperança nenhuma de sua recuperação. “Fiquei dez dias na UTI, mas graças a Deus e a minha vontade de viver, saí dessa situação sem sequelas”, conta.

Depois dessas complicações médicas, ao realizar seus exames de rotina, Josemare foi diagnosticada com câncer de mama. O dia era 22 de junho de 2012 e jamais será esquecido. “Eu senti como se estivesse recebido minha sentença de morte, […] na hora que abri o exame eu desmaiei, chorei, gritei e fiquei em choque. […] Meu mundo acabou, fiquei sem chão. Só que eu tinha um filho de 12 anos, tinha pais que precisavam de mim e um esposo que me apoiava em tudo”, recorda. Em 11 dias realizou a cirurgia da retirada do tumor e em seguida passou por oito quimioterapias e 30 radioterapias. Além de doloroso, o tratamento também agrediu a autoestima de Josemare.

“Perdi meus longos cabelos, engordei 16 kg, me olhava no espelho e via um monstro”.

Na luta contra o câncer, o apoio de familiares e amigos foi indispensável. Acir Alves, esposo de Josemare, abriu mão do seu trabalho para se dedicar exclusivamente aos cuidados com a esposa. O filho, Lucas Machado, também ajudava fazendo curativos, dando banho, tudo com muito amor e carinho.

A família foi fundamental para a cura de Josemare
A família foi fundamental para a cura de Josemare

Após 11 meses de tratamento intensivo e de cinco anos fazendo uso de hormonioterapia (Tamoxifeno), no dia 7 de março de 2018, recebeu a notícia mais esperada: estava curada do câncer. A história de Josemare inspira muitas mulheres por meio de algumas palestras que está ministrando sobre o tema (confira um trechinho no fim da reportagem). Para ela, a esperança e a confiança em Deus e nos médicos são essenciais durante a luta contra o câncer. “Tenha sempre esperança, acredite na cura, confie nos médicos e remédios. Mas acima de tudo acredite que existe um Deus maravilhoso e justo que tudo sabe e tudo vê. […] É uma luta árdua e pesada, mas a sensação da vitória compensa qualquer sofrimento”, finaliza.

Comentários

comments

1.020 thoughts on “Elas venceram o câncer”

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *