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Obesidade: uma realidade que vem de berço

 

Alimentação deficiente e falta de exercício físico causam sobrepeso
Alimentação deficiente e falta de exercício físico causam sobrepeso

Por Elder Scolimoski e Hurlan Jesus

A cada dia que passa aumenta o número de pessoas obesas no Brasil. Dados do Ministério da Saúde mostram que uma em cada cinco pessoas no país está acima do peso. Este problema está aparecendo cada vez mais cedo em crianças e adolescentes, que contribuem para o alto índice de obesidade entre a população, graças aos maus hábitos dos pais.

Vivemos num período de transição alimentar. O hábito de uma alimentação saudável ficou esquecido e a sociedade busca por alimentos prontos e industrializados com grande concentração de calorias. Algumas pessoas têm o metabolismo mais lento, o que também facilita o ganho de peso. E por outro lado, muitos apresentam dificuldades em perder peso.

Complicações

O excesso de peso na infância pode levar ao aumento dos níveis de gordura no sangue, à hipertensão, a problemas ortopédicos, musculares, dermatológicos, diabetes e doenças cardiovasculares. A nutricionista Milena Pelissari destaca que estudos populacionais mostraram que 80% das crianças obesas são oriundos de pais com sobrepeso. Esse número cai para 40% quando apenas um dos pais é obeso (a). E reduz para 7% se ambos não apresentam peso elevado.

Um grande vilão para o aumento de uma sociedade mal nutrida são as refeições fora de casa. Com isso a tendência é criar uma geração que consome pouca quantidade de frutas, vegetais e grãos integrais e que não tem a menor noção das porções adequadas de comida.

Exercício físico

A falta de atividade física também prejudica o desenvolvimento dos adolescentes. Com as tecnologias que o mercado oferece, a grande inserção de aparelhos como computadores, celulares e videogames cada vez mais cedo no cotidiano das crianças faz com que elas não tenham motivação para um lazer saudável com atividades que exigem o gasto de energia. Ao contrário, segundo a nutricionista Carolina Hass, esse consumo tecnológico contribui para o acúmulo e ingestão de mais calorias.

O professor de educação física e proprietário de uma academia em Palmeira, Igor Henrique Moreira, acredita que a falta de estímulo dos pais faz com que as crianças não tenham desejo desta prática. De acordo com ele, o número de alunos desta faixa etária que frequenta a academia é reduzido. “Os pais até procuram, mas o formato de exercícios da academia não atrai muito as crianças. É difícil uma criança ficar 40 minutos na esteira ou na bike. A criança é mais dinâmica, quer correr, competir. Nós procuramos variar os exercícios, pra não cair na rotina, mas não atrai muito a criançada”, explica.

Recomendações

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No passado, a criança “gordinha” era sinônimo de saúde, nos dias de hoje isso é considerado uma doença. Para evitar esse quadro, os pais não devem estimular o ganho de peso exagerado nos bebês, pois o resultado pode ser o desenvolvimento da obesidade. A nutricionista Milena Pelissari alerta que deve haver um planejamento com horário e local das refeições. “Deve ser proibido alimentos como recompensa e nem se alimentar no sofá, no quarto entre outros lugares não apropriados. O ideal é que as crianças finalizem sua alimentação no máximo até as 19h30, isso é primordial”, conclui.

Com bons hábitos alimentares e prática regular de atividade física, a obesidade dificilmente será desenvolvida, mesmo que haja tendência para engordar. Se o tratamento é muito difícil para o adulto, para as crianças as dificuldades são ainda maiores. Portanto, o apoio da família é a forma mais eficaz neste processo.

Confira aqui qual é o peso saudável para o seu filho (a).

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