Por: Letícia Antunes

 

As vítimas tinham idades entre 15 e 30 anos

Assassinatos em série, com vários disparos de arma de fogo e na grande maioria tendo como vítimas jovens são características comuns dos últimos sete homicídios ocorridos na cidade de Ponta Grossa. Todas essas execuções têm relação com o mercado de drogas.

O primeiro homicídio foi registrado no dia 19 de setembro na Vila Romana onde o jovem José Jardel Inácio foi morto com oito disparos de arma de fogo. No final do mesmo mês Patrick Rayllan Ferreira de Freitas foi alvejado com pelo menos cinco disparos de arma de fogo no bairro Chapada.

Um dos homicídios que chocou a população ponta-grossense foi registrado no Condomínio Real, Diego Lima Gonçalves foi morto com 20 disparos de arma de fogo na noite do dia 29 de setembro, a ação foi filmada e o vídeo divulgado em grupos de WhatsApp.

Peter Besdudnyj Junior teve sua casa invadida na no bairro Oficinas na noite do dia dois de outubro, ele foi executado com diversos disparos de arma de fogo de grosso calibre. Na mesma semana Ismael Onir Nascimento Júnior foi executado, a ação foi semelhante com a que vitimou Peter.

Júlio Cézar Fernandes foi morto no bairro quero-quero no dia 16 de outubro com vários disparos de arma de fogo. No dia seguinte, o jovem de apenas 15 anos identificado como Cauã Junio Paes foi encontrado em óbito na estrada que dá acesso ao Alagados, ao todo foram 30 disparos de arma de fogo.

O que diz a família de uma das vítimas

Completos um mês da morte do jovem Diego Lima Gonçalves, a família ainda busca por respostas. O irmão da vítima relembra a situação e se emociona em contar como está sendo difícil superar toda a situação. Diego deixou quatro filhos menores.

“A pior coisa para nós é consolar minha mãe, a todo momento ela lembra do meu irmão. Ele era um bom filho, trabalhador, como todo irmão tínhamos desentendimentos, mas ele nunca fez nada para ninguém”, comenta Antônio.

Segundo ele, não era de conhecimento da família nenhum envolvimento de Diego com facções ou disputas de ponto de tráfico. “Diego era usuário de drogas, nossas brigas sempre eram por esse mesmo motivo, porém, ele sempre cumpriu a obrigação de ser um bom filho e pai. ” Finaliza.

 

 

O que diz a Polícia

 

O delegado Nagib Nassif Palma chefe da 13º Subdivisão Policial. Segundo ele, as investigações estão em estado avançado, e que em breve a polícia judiciária vai apresentar o resultado da operação. “Todas as vítimas recentemente teriam saído do sistema penitenciário e alguma delas faziam uso de tornozeleira eletrônica (…) o papel da população é muito importante para nós, as denúncias podem ser feitas através do WhatsApp (42) 99807-9691 do setor de homicídios.

Para Nagib toda essa série de assassinatos tem apenas um final “quem se envolve na droga tem apenas dos destinos: caixão ou cadeia”. Completa.

 

Em nota oficial a Polícia Civil divulgou maiores informações e como está o andamento das investigações.

Como já divulgado, a grande maioria dos homicídios de 2021 teriam como motivação o tráfico de drogas.

Destaca-se que após a desarticulação, no final do ano passado, de um grupo envolvido com vários homicídios, inclusive, tendo, um dos envolvidos, sido já condenado recentemente há mais de 60 anos de prisão (pela prática do triplo homicídio no bairro Cara-Cará no final de 2020), constatou-se, a partir da metade de dezembro do ano passado, uma série execuções similares, extramente violentas, usualmente, com dezenas de disparos e sem qualquer possibilidade de defesa vítima.

Identificou-se, com o aprofundamento das investigações, que os autores integrariam uma organização criminosa, praticando os homicídios em detrimento do tráfico de drogas.

No caso, os homicídios seriam praticados em decorrência de dívidas, disputa por território ou mesmo em decorrência de alguns traficantes se negarem a comprar droga da respectiva organização. Ainda, parte, dos homicídios foram praticados em razão das vítimas pertencerem a organização criminosa rival. Alfim, uns números reduzidos dos homicídios também foram praticados dada a alta periculosidade dos agentes e do modo de vida por mero desentendimento.

Os policiais civis de Ponta Grossa têm trabalhado arduamente desde o início desta série de homicídios, sendo representado e cumprido uma série de medidas judiciais, mormente, mandados de busca e apreensão (mais de uma dezena), inclusive, muitos dos quais com o apoio dos demais órgãos responsáveis pela segurança pública.

Apurou-se, inclusive, que alguns dos integrantes desta organização criminosa também foram mortos, em revide aos homicídios que o grupo teria praticado, a exemplo de ISMAEL ONHIR NASCIMENTO JUNIOR.

ISMAEL, inclusive, foi o autor do homicídio que vitimou PAULO RICARDO DE FREITAS, crime com grande repercussão, uma vez que a execução ocorreu a plena luz do dia, no Núcleo 31 de março, em frente a um estabelecimento comercial, na presença, inclusive, de crianças.

 

Um dos adolescentes que integrava a organização também foi morto recentemente, este estaria envolvido com inúmeros ato infracional análogo a homicídios, inclusive, após a prática de um homicídio na cidade de Carambeí, algumas semanas antes de sua morte, teria, enquanto empreendia fuga, com mais um indivíduo, entrado em confronto com policiais militares daquele Município, tendo caído da motocicleta, contudo, conseguiu empreender fuga, abandonando a motocicleta e três pistolas 9mm.

Uma das vítimas, inclusive, que integrava a organização (RENAN WESLEY SANTOS) teria sido assassinado pelos próprios comparsas por, supostamente, ter recebido mensagens da namorada de um deles.

Ao todo, constatou-se que foram praticados 24 homicídios, dos quais 21 no ano de 2021, número que representa 38% dos homicídios ocorridos nesta Cidade este ano.

A Polícia Civil continua trabalhando com afinco e reforça os seus números de denúncia 197 e (42) 998079691.

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