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Direitos Humanos ou direito dos “manos”?

Doutor e professor da UEPG, Nei Alberto Salles Filho explica a importância da Cultura de Paz para a sociedade

Por Hurlan Jesus

FOTO 01 jesus   Dr. e professor Alberto Salles Filho é pesquisador da área de Cultura de Paz. Foto: Divulgação

Professor e doutor, Nei Alberto Salles que tem um trabalho de pesquisas na área de cultura de paz, explica que os Direitos Humanos no Brasil é mal interpretado no senso comum e reforça que Direitos Humanos é defender a dignidade da pessoa humana que é a alimentação, saúde, educação, entre outras coisas essenciais para a pessoa ter uma vida digna.

Em sua recente obra “Cultura de Paz e Educação para a Paz”, professor Nei diz que foi um resultado sobre sua tese de doutorado e a sua experiência na área. “O livro é um resultado da tese de Doutorado que eu fiz no programa de pós-graduação de Educação da UEPG e reflete os anos de estudos e experiência do núcleo de educação para a paz, no qual fui o coordenador”, comenta o professor. Reforçando que a justificativa de seu livro é para que haja um avanço no campo de estudos sobre a paz no Brasil.

Segundo Nei Alberto, esse campo de estudo sobre Direitos Humanos é bem avançado na Europa e nos Estados Unidos, e ainda é algo novo para o Brasil. “Aqui no Brasil é um campo inexplorado. A gente tem algumas coisas mais específicas de Direitos Humanos que não fazem essa ponte com a perspectiva de Cultura de Paz. No Brasil, focam em dados muito em acabar com a violência, mas não em uma perspectiva de construção de não-violência”. Segundo o professor, a relação de Direitos Humanos com a Cultura de Paz, principalmente na perspectiva de dignidade humana, mediação de conflitos e a perspectiva (mais recente) de sustentabilidade.

O professor Nei Alberto reforça que a população deve entender a Cultura de Paz como um “paradigma” que nunca vai estar pronto e acabado, mas sim estará sempre em processo de transformação e comenta a importância da política pública em construir a cultura da não-violência. “Realmente deve-se olhar a perspectiva das políticas públicas, observar como o governo cuida das pessoas mais vulneráveis, se existem políticas aplicadas para dar conta disso. Então, mudando o foco, e falando em dignidade humana, a ideia apresenta um entendimento mais pedagógico dessa relação. E podemos entender que afirmar “direito dos manos” e a utilização de punições e violência é um “desvio” para não mostrar a pobreza, a miséria e a desigualdade social. O Governo dando possibilidade de vida digna para as pessoas (Direitos Humanos), podemos ter uma Cultura de Paz avançada no país e resolver de forma mais eficaz a questão da violência”, finaliza Nei Alberto.

 

Cultura de Paz, presente na LDB

A Lei de Diretrizes e Bases (LDB) da educação em 2018, teve uma alteração, incluindo a Cultura de Paz. Ou seja, a partir disso, os sistemas escolares podem promover de maneira mais clara e mais direta essa noção transversal de dignidade humana (Direitos Humanos), perspectiva de não-violência e de sustentabilidade nos projetos pedagógicos e nos currículos.FOTO 02 jesusProfessor Nei Alberto publicou o livro, Cultura de Paz e Educação para a Paz, que aborda profundamente sobre o tema da dignidade humana. Foto: Divulgação

Cultura de Paz e Educação para a Paz

A obra do Professor Nei Alberto Salles Filho foipublicada em 2019 e traz à tona pensar a Cultura de Paz como perspectiva da humanidade e como possibilidade pedagógica na educação, sendo cada vez mais fundamental atualmente. Abordando as diversas formas de violência diretas e estruturais, que vão desde a intolerância e as agressões físicas até a pobreza e a desigualdade social, que compõem um cenário complexo e difícil de ser abordado adequadamente em nosso tempo. Para isso, o livro busca na complexidade e na transdisciplinaridade as bases para interpretar tantos fenômenos presentes na reflexão sobre a paz e a violência.O livro pode ser encontrado à venda nas mais diversas livrarias da cidade e na internet.

 

 

 

 

 

 

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