Por: Fabrizio Reusing
Durante a pandemia, escolas e faculdades tiveram de se adaptar rapidamente ao ensino remoto, o que é ainda muito novo no Brasil.Isso gerou certa dificuldade tanto para os alunos quanto para os professores. Segundo a pesquisa TIC Educação 2020, realizada pelo Centro Regional de Estudos, o maior desafio para as escolas foi a falta de equipamentos como computadores e smartphones.
Como muitos alunos não têm acesso à internet, eles não conseguiram acompanhar as aulas enquanto não voltassem ao modo presencial de ensino e isso foi muito prejudicial para a vida deles. Ainda segundo a pesquisa TIC, cerca de 83% das escolas sofreram com o problema da falta de equipamentos por parte de alunos e professores. Para se ter noção do problema, o estudo realizou entrevista com pessoas de 3.678 escolas de diferentes locais do país.
O problema da falta de aparelho foi mais agravante nas escolas públicas e estaduais, que sofreram com isso em 95% e 93% dos casos respectivamente, enquanto as escolas particulares sofreram em 58% dos casos. Segundo o estudante do Colégio Positivo em Ponta Grossa, Gustavo Jacob, seu maior problema foi conseguir prestar atenção às aulas via internet, além de não poder tirar as dúvidas diretamente com o professor, como era feito no ensino presencial.
Esses problemas também afetaram muito as Universidades estaduais e particulares, onde muitas vezes, os alunos não moram na cidade em que se localiza o centro acadêmico e muitos estudantes não tem acesso à bons locais para estudo em suas casas, que contenham iluminação adequada e internet para assistir as aulas.
Segundo a professora doutora do curso de farmácia da Universidade Estadual de Ponta Grossa, Gerusa Possagno, os professores precisaram aprender a utilizar as tecnologias presentes na atualidade, buscando diversificar as metodologias de ensino. Ademais, os professores precisaram adaptar em seu domicílio um espaço adequado para as aulas, o qual era, muitas vezes, dividido com outros membros da família.
“Em uma tarde de muito calor, eu estava dando aula quando começou a chover forte. Pedi licença aos alunos, interrompendo a aula, para fechar as janelas de casa. Voltei e continuei a aula, quando meu filho de cinco anos começou a brigar com o mais velho, gritando e dando socos na porta da sala onde eu estava! Fiquei muito constrangida, pois, os alunos escutaram toda a confusão”, relatou a doutora Gerusa.