Campos GeraisDestaquesPonta Grossa

Combate ao Aedes aegypti deve ser contínuo

A prevenção deve ocorrer ao longo do ano a partir da atenção constante com tudo que possa acumular água, a exemplo de vasos, plantas, ralos, pneus, atrás da geladeira, umidificadores de ar, calhas, antenas parabólicas

Igor Baggio

O mosquito pode botar os ovos nos locais menos suspeitos
O mosquito pode botar os ovos nos locais menos suspeitos

Um mosquito que mede menos de um centímetro e possui manchas brancas em seu corpo está causando muita dor de cabeça no Brasil e no mundo nos últimos anos. Seu nome? Aedes Aegypti, conhecido popularmente como “mosquito da dengue”.

A bióloga Ana Flavia Monteiro ressalta que, além da dengue, o Aedes Aegypti é vetor de doenças como o zika e a febre chikungunya. “É um mosquito urbano que convive muito bem com a população humana”, diz.

Cientistas da Universidade de Oxford no Reino Unido desenvolveram, em 2002, uma tecnologia chamada OX513, que altera a carga genética do Aedes Aegypti, tornando o mosquito estéril. Os insetos chamados “Aedes do Bem”, já foram testados em algumas cidades brasileiras, entre elas Juazeiro, na Bahia. Segundo a empresa Oxitec, os testes apontaram a redução acima de 80% dos insetos.

Mosquitos Modificados

Copos jogados no quintal são um perigo
Copos jogados no quintal são um perigo

Segundo a bióloga Ana Flávia, os mosquitos modificados podem causar um grande desequilíbrio no meio ambiente. Para ela, inserir genes letais no macho do Aedes Aegypti para que ele passe à fêmea na cópula e gere mosquitos que morrerão de forma prematura, seria uma boa forma de minimizar os vetores da dengue para evitar a epidemia da doença.

Ana Flávia adverte que, porém em longo prazo, isso poderia gerar um desequilíbrio porque somente os ‘Aedes Aegypti’ seriam exterminados, mas os mosquitos da espécie “Aedes Albopictusque” que também transmitem a dengue ficariam livres. Estes últimos transmitem a malária e a febre amarela. Portanto seria uma maneira ineficaz de combater a doença, pois ela ainda não seria dissipada.

Características e Prevenção

foto5A Coordenadora do Programa Nacional de Combate a Dengue de Ponta Grossa, Priscila dos Santos enfatiza as características do Aedes aegypti, explicando que se trata de um mosquito menor que um pernilongo comum, com hábitos mais diurnos com presença entre 16h e 19h, preto e listrado de branco, com um desenho de lira no mesonto (cabeça) e não produz ruído. Embora a maior incidência do Aedes ocorra no verão, Priscila alerta que a prevenção deve ocorrer ao longo do ano.

A coordenadora ensina que para se interromper o ciclo dos mosquitos basta que as pessoas façam um check list (lista de verificações), em casa ou no trabalho uma vez por semana e fiquem atentas a tudo que possa acumular água, a exemplo de vasos, plantas, ralos, pneus, atrás da geladeira, umidificadores de ar, calhas, antenas parabólicas, cisternas, cx. d’água, lixos domésticos jogados no quintal ou acondicionados de forma irregular.

Priscila destaca a importância dessa ação porque 80% dos focos estão em residências e a responsabilidade é do morador do imóvel e não dos órgãos públicos.

Priscila dos Santos explica que o mosquito Aedes pode se reproduzir em qualquer lugar que possa conter água parada, inclusive em uma “tampa” de garrafa pet. “A espécie tem preferência por água limpa e parada. Porém, se o meio em que se encontrar estiver sem o ambiente referido, poderá fazer posturas em águas mais sujas”, acentua.

Atenção em Casa e no Trabalho

Mosquito que transmite as doenças
Mosquito que transmite as doenças

A auxiliar de serviços, Nena Golba faz a sua parte no combate ao inseto. Diz que faz vistoria em sua casa e também tem cuidados na empresa em que trabalha. “Coloco areia em todos os pratinhos das plantas que tenho em casa. Fico atenta a todos os cantos do meu quintal. Tiro todos os objetos que possam acumular água. Além da minha casa, fiscalizo os vasos de plantas no meu trabalho. Nós precisamos estar juntos no combate ao mosquito da dengue”.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *