Por: Gabriel Cabral
O mês setembro em especial o dia 10, é considerado o Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio. A data fi criada pela Associação Internacional para a Prevenção do Suicídio e Pela Organização Mundial da Saúde (OMS),a importância desse assunto é levada ao conhecimento do governo e da sociedade.
No Brasil, o Setembro Amarelo marcou o mês da prevenção ao suicídio. O evento é uma iniciativa do CVV (Centro de Valorização a Vida), da Associação Brasileira de psiquiatria e do Conselho Federal de Medicina. O CVV conta com a ajuda de aproximadamente 4.000 voluntáriose realiza mais de três milhões de atendimentos anuais.
Apesar do receio que cerca o assunto, a prevenção do suicídio ainda está progredindo. Porém, a OMS (Organização Mundial da Saúde) afirma que sim, deve haver divulgação sobre o tema e também deve se falar sobre esse assunto. No Brasil, cerca de 12 mil pessoas tiram a própria vida por ano. No mundo, são cerca de 800 mil de suicídios anuais. O Brasil só perde para os EUA.
“Suicídio vem na sua mente quando você está desesperado, não é uma coisa fácil e muito menos é uma brincadeira ou drama da pessoa. Isso é uma coisa que a gente sente com grande impacto na questão emocional e psicológica. E com isso você começa a se questionar: o que seria melhor você fazer? Você está se tornando um fardo para você mesmo e para a sua família? E isso é algo bem doloroso”, comenta Maiara (nome fictício).
Com isso muitas pessoas acham que quem tenta o suicídio está à procura de obter algo ou simpatia de alguém, ou mesmo está apenas fazendo drama. Porém, será que seria só isso mesmo?.
“Não, eu acredito que as pessoas que tentam o suicídio estão querendo se livrar da própria dor, pois, elas estão tentando sair do fundo do poço e se reconstruir, e quando não se reconstroem isso doí e pesa demais. Com isso a pessoa não tem mais animo para fazer nada em sua vida, isso não é preguiça, e sim desanimo e tristeza com a sua vida. Eles não estão querendo chamar a atenção e nem obter algo de alguém, a pessoa quer apenas parar com essa dor, e com esses pensamentos difíceis que a corroem.”, explica Maiara.
Porém, nem tudo são más notícias, pois, existem formas de combater o suicídio. Essas formas seriam identificar alguns sinais específicos demonstrados pela pessoa, além de outros aspectos.
“Em crianças e adolescentes, a primeira coisa que devemos observar é se o comportamento do mesmo teve alguma mudança drástica, se ela parece mais triste, mais quieta, mais irritada ou se há alterações no sono da criança ou do adolescente, ou principalmente, se ela deixa de fazer coisas que antes eram prazerosas para ela. Esse é o principal sintoma da depressão. Outros sinais podem ser a alteração de apetite, alteração de sono, cansaço ao longo do dia, pensamentos repetitivos da baixa autoestima.”, comenta o psicólogo e psicanalista, Luiz Ricardo Pauluk, especialista em Teoria Psicanalítica e Práticas em Saúde Mental.
Contudo, nem sempre a tristeza é um sinal de pensamentos suicidas, pois, nem sempre as pessoas que têm pensamentos suicidas demonstram estarem tristes. Algumas pessoas demonstram estar mais irritadas ou mais quietas. Então, é bastante importante não confundir depressão com a própria tristeza.
“O principal sintoma é a Anedonia, que é a dificuldade ou incapacidade de uma pessoa em sentir prazer ou se motivar a realizar atividades que antes eram prazerosas.”, ressalta o psicólogo Luiz.
Algumas pessoas se perguntam como podem ajudar a combater o suicídio para que não percam amigos e parentes, ou mesmo ajudar aquelas pessoas próximas a ela a não cometerem tal ato. Porém, ajudar a combater o suicídio?.
“A melhor forma é informando as pessoas e promovendo/participando das campanhas de prevenção ao suicídio. Conversar sobre isso com as pessoas também é uma ótima forma, conversar não aumenta o numero de suicídios, muito pelo contrario isso pode ajudar a pessoa a evitar o suicídio. E também mudar essa ideia que as pessoas têm dos psicólogos e psiquiatras, que isso é coisa apenas para pessoas loucas. Com isso devemos começar a motivar mais as pessoas a irem se consultar com algum deles e assim receberem o devido tratamento, devemos criar uma cultura psicológica, e assim ajudar a todos que adoecem psicologicamente.”, argumenta Luiz.
Com isso as pessoas devem reforçar a ideia de incentivar as outras pessoas a irem a um psicólogo ou psiquiatra de sua preferencia, e assim terem a devida ajuda que tanto precisam, ou também ligarem no número 188 e conversarem com alguém do CVV (Centro de Valorização a Vida) para ajudar a pessoa naquele momento difícil.
Fontes: Psicólogo e PsicanalistaLuiz Ricardo Pauluk; Especialista em Teoria Psicanalítica e Práticas em Saúde Mental.
Maiara (nome fictício) vitima de tentativa de suicídio.
Entrevista com Maiara e com Luiz (psicólogo):