A importância da amamentação e os desafios de uma doação de leite consciente

Campanha incentiva à doação de leite materno em Ponta Grossa

Por Beto Gomes, Igor Rugilo, Jeniffer Case, Leandro Lopes, Lucas Navarro, Renato Pitella e Victor Freitas

Estarmos saudáveis é algo primordial em nossas vidas. Quando falamos nisso, lembramos das crianças que, desde pequenas, precisam de atenção com a saúde. Os primeiros cuidados com os recém-nascidos vêm da mãe, que doa todo seu amor nessa nova fase da vida por meio do leite materno.

De acordo com Organização Mundial da Saúde (OMS) as crianças até os seis meses de idade carecem do aleitamento materno e devem continuar a ser amamentadas pelo menos até completarem dois anos. Quanto mais a criança mamar, menos chances ela tem de desenvolver problemas futuros de saúde, tais como diarreias, doenças respiratórias, otites, diabetes e a obesidade.

Segundo a nutricionista do Banco de Leite Humano (BLH) do Hospital da Criança João Vargas de Oliveira, Sunali Batistel, o leite humano favorece no vínculo da mãe com o bebê, principalmente no fortalecimento da saúde da criança. “Chamamos de padrão ouro o leite que possui uma série de benefícios, sendo o mais completo e mais adequado para os recém-nascidos, trazendo melhor composição nutricional referente aos carboidratos, lépidos e proteínas’’, explica. Para Sunali, nenhum leite em pó substitui o leite humano, que possui importantes nutrientes. ‘’Alimento natural, possui também imunoglobulinas que são os anticorpos necessários e a lactoferrina, auxiliando na absorção do ferro do leite, ômega 3 e ômega 6, que são essências para o desenvolvimento da retina’’, conclui.(Áudio)

Sabendo disso, existem mães que contribuem na doação de leite para as crianças que estão internadas nas UTI’s neonatais, crianças que nasceram prematuramente ou que possuem problemas de saúde, necessitando das “mães de peito”, que fazem as doações para ajudar no desenvolvimento e fortalecimento dos bebês.

Tatiane dos Santos, mãe de cinco filhos e doadora desde 2006, conta que a doação foi o auxílio necessário para a cura de uma doença, a mastite. ‘‘A minha real motivação foi a solução para a minha enfermidade, contraída na minha primeira gestação. Fui até o banco de leite pedir socorro, ensinaram e me falaram dos procedimentos necessários para a cura da doença, a dor era grande, horrível! Foi a doação que aliviou e ajudou na cura. O processo de doação é bem simples, é só fazer a massagem e seguir os procedimentos que eles passam. Na primeira vez que visitei o banco de leite, foi para fazer o cadastro, depois disso eles dão o kit necessário e vão até a casa para buscar”, explica.

 Ana de Bastiane, que é coordenadora do Banco de Leite Humano, explica que as mães que tiverem interesse em fazer a doação podem entrar em contato por meio do telefone (42) 3220 –1050. Uma equipe vai ser destinada até a casa para as orientações necessárias para a coleta e a forma correta do armazenamento. “Depois de coletado esse leite vem para o banco de leite do Hospital da Criança, será processado, passando por todas as fases de qualidade, sendo encaminhado para as crianças que estão hospitalizadas nas UTI’s  neonatais”.

Todo leite doado é analisado, pasteurizado e submetido a rigoroso controle de qualidade antes de ser ofertado a uma criança. Um litro de leite materno doado pode alimentar até dez recém-nascidos por dia, dependendo do peso do prematuro 1ml já é o suficiente para nutri-lo.

Orientações sobre a amamentação

• Não dar outros leites para complementar o leite materno. Isso faz com que a mãe produza menos leite, além de expor a criança a maior risco de adquirir doenças.
• Não oferecer outros líquidos através da mamadeira. A criança pode se confundir, pois o jeito de sugar o peito e a mamadeira é diferente.
• Não oferecer chupeta. As crianças que usam chupetas mamam por menos tempo.
• Não fume, consuma álcool e use remédios por conta própria.

Fonte: Cartilha Ministério da saúde.