Por Jeniffer Case
A estação Roxo de Rodrigues, conhecida como estação São Paulo-Rio Grande ou Estação Saudade, foi construída no ano de 1900, em Ponta Grossa, para atender a demanda de movimentação de trens de carga e de passageiros dos trilhos da Estrada de Ferro São Paulo-Rio Grande que alcançaram a cidade.
Ponta Grossa Memóra Viva/Foto 4: Jeniffer Case
Foi o prefeito Ernesto Guimarães Vilela que concedeu terrenos municipais através de contrato firmado em 23 de novembro de 1899, os terrenos eram necessários a companhia para construção da estação. Tendo de frente 265 metros, na continuação da Rua Progresso até o cerco dos terrenos da Compagnie Générale de Chémins de Fer Brésiliens. Esses terrenos foram desapropriados a herdeiros do Coronel Cláudio Gonçalves Guimarães.
Ponta Grossa Memóra Viva/Foto 6: Jeniffer Case
A Rua Fernandes Pinheiro, a rua da Estação, como ficou conhecida pela questão dos imigrantes que se fixaram aqui, essa rua foi muito importante na cidade.
Foto 7: Ponta Grossa Memóra Viva/Foto 8: Jeniffer Case
O movimento em Ponta Grossa com a ferrovia começou a ser tão significativo que os passageiros vinham do interior para fazer suas compras aqui. Pelos trilhos do trem chegavam as mercadorias, os grupos de teatro e as novidades. A cidade ganha uma grande movimentação de pessoas. O tropeirismo deu origem a cidade, mas a ferrovia foi quem a urbanizou. Foi graças a ferrovia que este município e região se desenvolveram e se tornaram conhecidos dentro e fora do Brasil.
PGeraAssim/Foto10: Jeniffer Case
Desativada nos anos 1980 a Estação Ferroviária de Ponta Grossa, já foi biblioteca pública, e por muitos anos ficou praticamente abandonada inclusive vandalizada e palco do tráfico de drogas na cidade.
Estação Saudade
120 anos depois da primeira viagem de trem em Ponta Grossa o prédio foi restaurado pelo sistema Fecomércio Sesc Senac com parceiria com a prefeitura de Ponta Grossa, recebendo apoio unânime da população. A unidade cultural Sesc Estação Saudade tem 2,748 m de área construída para receber a população com programação cultural variada, incluindo ações de cinema, música teatro, dança, biblioteca exposições, museu, além de cursos de qualificação profissional na área de gastronomia e hospitalidade e o café Escola Estação Saudade.
Jeniffer Case
Sobre as mudanças no prédio, o Secretário de Turismo de Ponta Grossa Edgar Hampf diz: “mudanças… mesmo, raríssimas. Mas ao longo do tempo ela passou por alguns processos de recuperação, adaptação e restauro”. Ele também apresenta uma linha do tempo sobre a Estação.
1899-1900 – Construção e Inauguração do prédio Estação Ponta Grossa
1900 – Muda-se o nome para Estação Roxo de Rodrigues
1906 – Estabilização da nomenclatura ESTAÇÃO PONTA GROSSA
1908 – Ampliação do prédio da Estação
1916 – A Estação recebe Alberto Santos Dumont com destino ao Rio de Janeiro
1930 – Recebe Getúlio Vargas e a Estação vira a sede da revolução de 30, onde é nomeado Presidente da República e segue para o Rio de Janeiro.
1989 – Inauguração do Desvio Ribas – Rio Tibagi que tira o trânsito ferroviário do Centro da cidade
1990 – Prefeitura Municipal compra o pátio central da R.F.F.S.A.
1990 – É tombada como Patrimônio Cultural do Paraná
1997- Sai a autorização para restauro da Estação
1997 – É sancionada a Lei nº 5811/97 que rebatiza como Estação Saudade.
2001 – 2004 – É enfim restaurado do prédio da Estação
2004-2012 – A Estação abriga a Biblioteca Municipal Bruno Enei
2017 – O Prefeito Marcelo Rangel transfere o prédio para o SESC para a transformação de um centro cultural
2018-2019 – Restauro e inauguração do Centro Cultural da Estação.
Como o nome já diz a estação deixou saudades em muitas pessoas. Valter Aparecido morador de Uvaranas comenta sobre a última vez que andou na Maria Fumaça. “Há muitos anos, não me recordo o ano muito menos minha idade, eu era muito pequeno, mas algumas lembranças ainda estão guardadas na minha memória. Foi a despedida da Maria Fumaça na cidade e a remoção dos trilhos, recebemos a notícia que seria gratuito o passeio, pois seria o último. Fui então com minha mãe e alguns meninos do bairro,foi um passeio inesquecível “.
Ponta Grossa Memóra Viva/Foto 14: Jeniffer Case
Vilmar Pereira lembra sobre o tempo em que viajava com seu pai. “Quando viajava para Teixeira Soares com meu pai, era muito bom. Chato era esperar na plataforma o trem que não chegava nunca e eu ansioso para adentrar nele”.
Vilmar Pereira
TRABALHEI COMO ENGENHEIRO DE TRAÇÃO E MATERIAL RODANTE, DE 1978 A 1982. NÃO HÁ CIDADE MELHOR E MAIS PACATA QUE PONTAGROSSA. PENA QUE OS GOVERNANTE SEJAM TÃO OBTUSOS E CEGOS, A PONTO DE DESTRUIR ALGO QUE MARCA DE MODO INDELÉVEL A VIDA DE TODOS NÓS…. NÃO VEJO UM SÓ PEDAÇO DE TRILHO OU VAGÃO OU LOCOMOTIVA COMO LEMBRANÇA NESSA ESTAÇÃO MARAVILHOSA.
Cidade abandonada cheia de doenças.