Por: Letícia Antunes
Adultos em que a criança deveria ter confiança e receber atenção são os principais autores
Um tema que merece debates e denúncias: violência em crianças e adolescentes. Os agressores, nesse caso são pessoas do círculo familiar. Adultos em que a criança deveria ter confiança e receber atenção são os principais autores. E como saber se uma criança está passando por uma situação de violência física, psíquica? O que fazer para ajudar?
Um levantamento feito pelo TJPR revela que as meninas são as maiores vítimas de violência, representando um percentual de 63% das ocorrências o que chama mais atenção são os dados de ameaça e crimes sexuais, com maior destaque para o crime de estupro de vulnerável. Em Ponta Grossa entre o 1° de janeiro de 2020 e 31 de janeiro de 2021 foram registrados 902 casos de crimes contra crianças e adolescentes.
Caso Henry
O caso menino Henry, ganhou novos desdobramentos no final deste mês de outubro. O crime ocorreu na Barra da Tijuca, Zona Oeste da cidade do Rio de Janeiro. O menino foi assassinado no apartamento onde morava a mãe Monique Medeiros e o padrasto, o médico e vereador Jairo Souza Santos Júnior, mais conhecido como Dr. Jairinho filho do ex-deputado estadual Coronel Jairo.
Novas imagens do dia da morte do menino Henry Borelvieram à tona no final deste mês de outubro, a gravação mostra o momento em que ele, a mãe, Monique Medeiros, e padrasto, Dr. Jairinho, descem de elevador a caminho do hospital, na madrugada de 8 de março.
Perfil dos agressores
Segundo os números do Comitê Protetivo no perfil dos agressores: 76% homens e 24% mulheres. O estudo revela que a baixa escolaridade é um fator comum entre os agressores. Quase metade tem ensino fundamental incompleto. A maior parte tem idade entre 18 e 29 anos.
Em Ponta Grossa
Segundo a psicóloga Simone Sanson Silva, do Núcleo de Proteção à Criança e ao Adolescente Vítimas de Crimes (NUCRIA), devido a pandemia os atendimentos ocorrem com apenas uma criança por período, sendo manhã e tarde, sempre por agendamento, mas salienta que sempre tem mais casos durante o dia, além de abuso sexual e violência física. “Nós temos quase sempre mais de um caso durante o dia que estão distribuídos em abuso sexual e violência física”, comenta.
Simone é categórica em afirmar, que os pais devem perceber o comportamento no ambiente familiar.“O Conselho Tutelar e o Nucria são específicos nesse sentido de denúncia, quem está próximo deve perceber e investigar e tentar entender o que ocorre, mostrar empatia e compreensão”, finalizou.
Casos recentes em Ponta Grossa
Em Ponta Grossa, o Nucria realizou no último mês o cumprimento de três mandados de prisão e uma apreensão de adolescente, além de um professor acusado de assédio sexual e importunação. O caso segue sendo investigado pela delegacia especializada da cidade.
A primeira situação refere-se a uma vítima de 8 anos que teria relatado situações de abuso sexual pelo irmão, um adolescente de 17 anos, situação que segundo a criança era do conhecimento de seus pais. O adolescente era irmão da vítima apenas por parte de pai. Diante do relato da menina, a qual foi ouvida pela psicóloga do Núcleo, foi representada pela prisão preventiva dos genitores.
Esta operação contou com o apoio da Delegacia do Adolescente, comandada pelo delegado Jairo Luiz Duarte Camargo, o qual teria realizado o pedido de apreensão do adolescente infrator, tendo sido este encaminhado ao Centro de Socioeducação Regional de Ponta Grossa (CENSE).
Já o caso em que envolve um professor de matemática, a Delegada responsável pelo caso, Doutora Ana Paula Cunha Carvalho emitiu uma nota informando como serão os desdobramentos das acusações. Três alunas teriam relatado casos em que envolvem o professor que já é reincidente.
Confira o que diz a nota
A Polícia Civil através do Nucria recebeu formalmente três denúncias relacionadas a um professor acusado de assediar sexualmente alunas de um colégio estadual no Município de Ponta Grossa. De acordo com a Delegada Ana Paula Cunha Carvalho o relato das vítimas demonstra efetivamente a prática de crimes de assédio sexual e importunação sexual praticado pelo investigado, o qual deverá ser interrogado nos próximos dias. Ainda de acordo com a investigação o referido professor possui histórico da prática de crimes da mesma natureza ocorrido entre os anos de 2005 a 2013.