Róbison é professor aposentado pela Universidade Estadual de Ponta Grossa e é autor de dois livros publicados: ‘Ruídos’ e ‘As outras frangas’

Por Laísa Morais

 

O currículo dele é longo. Nasceu no distrito de Guaragi e teve uma infância tranquila como qualquer menino do interior. Por influência da família escolheu seguir a carreira de professor, é especialista em Língua Portuguesa e Mestre em Literatura Brasileira. E não acaba por aí! Ele ainda é escritor e autor de dois livros publicados e outros livretos feitos em casa, artesanalmente.

Ele é o Róbison Benedito Chagas.

LAISA-MATERIA-FOTO-DESTAQUE-ROBISON-   [Foto Róbison]

Dono de um carisma singular, Róbison conta que nasceu no distrito de Guaragi e vivenciou uma infância comum de uma criança do interior. Frequentava novenas com os adultos, brincava de escorregador nos barrancos, ouvia histórias contadas pelas irmãs e pela mãe e tinha o contato com os primeiros livros.

Quando a família mudou-se para Ponta Grossa, ele tinha quatro anos de idade e logo já aprendeu a ler nos letreiros dos ônibus que tinha mais contato: Vila Maria Otília, Vila Vilela, Uvaranas, Vendrami, Vila Cipa. Com o passar dos anos e com a influência da família, Róbison escolheu seguir a carreira de professor.

Um dos momentos mais marcantes como professor aconteceu quando realizou um projeto com alunos do colégio em que trabalhava. Com a ajuda dos estudantes, estamparam cerca de 100 haicais nos corredores. Este gênero de poesia é japonês e possui três versos. Geralmente aborda temáticas como o cotidiano, natureza e sentimentos do eu lírico. (Anos mais tarde, Róbison publicou o próprio livro de haicais, o ‘Ruídos’)

Em contato frequente com a leitura, foi questão de tempo para interessar-se pela escrita. Ele é autor de dois livros publicados e de diversos livretos produzidos em casa.

Confira a entrevista completa com o escritor Róbison Benedito Chagas:

Como foi sua infância, onde morava?

Eu nasci no distrito de Guaragi (Ponta Grossa – Paraná) e tive uma infância

normal como qualquer menino de interior. Brincava nos barrancos (de escorregador),

recolhia os ovos das galinhas, nas moitas do quintal. Frequentava novenas com os adultos e vi a “mulher de branco” (juro que vi!) no pátio da igreja. Aos três anos a única bicicletinha “Tico-tico”, de segunda mão, que ganhei de um primo. Até hoje não sei andar de bicicleta. Aos dois anos e meios os primeiros livros: “Ali-babá e os quarenta ladrões”, livros de colorir, outros de colorir com água, depois “Robinson Crusoé”, a leitura ficava por conta das irmãs ou da mãe, professora. Logo estava lendo sozinho.

O que o motivou a ser professor? Tem influência na família?

Mãe professora e muitas tias professoras. Minhas irmãs estudaram para outras profissões. Eu, talvez por influência da mãe. Como nasci muito perto da minha primeira escola, o Grupo Escolar Prof. Munhoz da Rocha, hoje Colégio Estadual Prof. Munhoz da Rocha no distrito de Guaragi, ficou esse abraço da escola em mim. Sempre fui envolvido com letras e palavras e livros… Portanto, sou professor.

Enquanto professor, qual o momento mais te marcou durante a carreira?

Toda minha vida de professor foi muito boa. Há momentos desagradáveis, é claro, mas penso que houve muitos momentos agradáveis. Um momento que nunca esquecerei: quando professor no Colégio Santana (1986-1989), consegui com alunos de quintas e sexta séries estampar centenas de haicais nos corredores do colégio… H aicais produzidos por eles em sala de aula. Foi uma forma de fazer com que produzissem textos com prazer.

Quando começou a sua relação com a escrita?

Quando comecei a ganhar os livros de histórias (alguns tenho até hoje), ao frequentar a escola ainda sem ser aluno. Aprendi a ler com mais ou menos 4 anos de idade, nos letreiros dos ônibus (Vila Maria Otília, Vila Vilela, Uvaranas, Vendrami, Vila Cipa). Quando viemos de Guaragi nos instalamos na Vila Maria Otília. As leituras foram sendo mais frequentes (minha mãe comprava os livros na Livraria Brasil, na Av. Vicente Machado).

O que mais te inspira? O que te deixa motivado para escrever?

Não acredito em inspiração. Acredito em conhecimento, vivência, os olhares que damos através da janela dos nossos dias. Motivação sim. Posso me motivar escutando uma conversa, vendo uma cena na rua, ouvindo uma canção, lendo histórias, poemas e outros textos. ouvindo causos (ouvi muitos quando criança) e assim a motivação aparece, o conhecimento ajuda e a gente pode inventar, mentir muito.

Quais são seus livros publicados?

Apenas dois – RUÍDOS – haikais, de 2009. Editado pela PROEX – UEPG

AS OUTRAS FRANGAS, literatura infantojuvenil, 2011 fruto de um prêmio da Prefeitura Municipal de Ponta Grossa.

Há outros livretinhos, feitos em casa, artesanalmente:

“cartilha“, 1993;

“pardaizinhos, ou a menina que tinha lombriga, 2005;

“adolescência em flor – haikais“,  2011;

iluminadas” – conto, 2004;

jorge e o dragão – haikais“, 2011.

Participei de muitas antologias de inúmeros prêmios nacionais, estaduais e municipais, entre tantos o Concurso Helena Kolody da Secretaria de Estado da Cultura, Fui premiado no 1º, no 4º e no 5º concursos.

Entre outras publicações, estou publicado em várias antologias de poemas e contos.

Você tem um texto/poema/crônica preferido, de sua autoria?

Tenho alguns sim: um conto chamado “Lobo bom ­ a principio ­ até que você mude“, de 1992. Meu primeiro poema premiado, “Arco-íris”, de 1984…

Enfim, há outros contos e poemas  e haikais que gosto, porém sou suspeito para falar.

Na sua opinião, os escritores ponta-grossenses possuem incentivo por parte da prefeitura? O que poderia melhorar?

Penso que já houve muito mais incentivo a escritores e à cultura em geral. Participei de vários concursos da prefeitura (contos e poemas) e Poesia no ônibus.

Creio que poderiam voltar a fazer concursos para divulgação de novos nomes, há muita gente jovem que escreve bem; a música poderia também ser incentivada, enfim, todos os tipos de arte merecem aparecer.

Quais os planos para o futuro?

Meu futuro é daqui alguns minutos… Vivemos de planos e sonhos, publicar livro é sempre um desejo. Tenho muitos contos, poemas, haikais; é claro que nem tudo é merecedor de publicação… Porém há sempre o desejo de expor-se através de escritos, mas é preciso muito recurso financeiro.

PING-PONG

Autor favorito: Brasileiro: Manuel Bandeira (poesia), Clarice Lispector (prosa). Estrangeiro: Guillaume Apollinaire (poesia) e  Gabriel García Marques (prosa).

Livro que marcou a sua vida: “Cem anos de solidão” (Gabriel García Marques)

Livros que marcaram minha vida, são muitos. A cada momento vamos descobrindo escritores que, de uma forma ou outra, marcam muito. é o caso da espanhola Rosa Montero, com o livro “A louca da casa” (2008). Um poeta que me fascina muito é Arnaldo Antunes que possui um jogo de palavras inteligentíssimo.

Há muitos outros autores que gosto muito, não poderia deixar de citar Matsuo Bashô, o

pai do haikai. Outros, como: Paulo Leminski, Alice Ruiz, Helena Kolody, Arnaldo Antunes

… tantos outros…

Hobby favorito: recortar papéis, desenhar, cozinhar e comer sanduíche de arroz!

Comentários

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By admin

1.040 thoughts on “Entrevista: Conheça Róbison Benedito Chagas, escritor ponta-grossense, autor dos livros ‘Ruídos’ e ‘As outras frangas’”
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