Projetos sociais unem e estimulam as comunidades
Por Bruna Pedroso, Bruna Matos, Sirley Silveira e Bianca Souza
Atividades esportivas e culturais são fundamentais para o desenvolvimento e bem estar humano. Numa sociedade onde estes pequenos lazeres, como um espaço para jogar bola, ou um teatro, parecem tão inalcançáveis para a maioria da população, as próprias comunidades, muitas vezes negligenciadas pelo Estado, começam um processo de acolhimento com objetivo de mostrar que há lugar para isso na periferia.
No Núcleo Santa Maria, localizado no bairro Colônia Dona Luiza, distante a quase 1 hora de ônibus do Centro de Ponta Grossa, a associação desenvolve diversas atividades culturais para movimentar e aproximar a comunidade. Premiada pela Federação do Terceiro Setor do Paraná (FETESPAR) em 2019 como uma das associações mais ativas do estado, os moradores tentam usar o esporte como uma ferramenta para quebrar o estigma de “região violenta”.
Samuel Sleiman Neto é o presidente da Associação do Núcleo Santa Maria e o responsável pelos 12 projetos que atendem a comunidade, que vão desde artes marciais e danças a aulas de ginástica, para todas as idades. Aluno de Administração, Samuel aprendeu a teoria, aplicou no seu dia a dia e criou um plano de marketing com missão, visão, valores e objetivos norteadores para o coletivo. “Através dos nossos pilares, que são: segurança, assistência, saúde, educação, esporte e lazer, buscamos atender os moradores com projetos e atividades para os mais variados gostos. Nossa ação é bem vista pela comunidade”, conta. Segundo a carta de apresentação da associação, a ideia é solidificar a atuação por mais dois anos e transformá-la em um instituto e aprimorar os serviços, expandindo para outros bairros.
Como o projeto não tem apoio governamental, é cobrada apenas uma taxa social de R$ 30 que é revertida em benefícios para os alunos – como compra de materiais e manutenção dos espaços. As atividades são abertas sem restrição, basta ter comprometimento e pagar a taxa.
Diego Gonçalves é professor de muay thai e trabalha há dois anos na associação, treinando alunos a partir dos 5 anos. Além disso, ele dirige um projeto no CMEI do Jardim Cerejeiras, onde ensina arte marcial para crianças a partir de 3 anos. Para ele, além da melhora na qualidade de vida e condicionamento físico, afastar os jovens do ócio é seu grande objetivo. “A ideia é tirar as crianças da rua e ensinar, algumas vão até para competições. Com a arte marcial, mantemos as crianças longe do mundo das drogas e, ao invés de estar na rua, estão aqui treinando e eu posso mostrar um pouco do que eu sei”, afirma o professor.
No outro lado da cidade, no bairro Boa Vista, os moradores do Jardim Esplanada desenvolvem o projeto Meu Bairro Melhor. Uma das ações mais bem sucedida é o sub-7 e sub-9 do futsal, onde as crianças treinam nas quadras do bairro. Marcelino Chamorro Valensuela é o presidente da associação há três anos e conta que o foco das atividades são as crianças e adolescentes, o trabalho é vinculado ao contra turno escolar para que um maior número de jovens possa participar. Para ele, é um pouco do que se pode fazer para mudar a vida dos moradores – ouça aqui