Menos da metade do esgoto do país tem o destino correto
Menos da metade do esgoto do país tem o destino correto
Menos da metade do esgoto do país tem o destino correto

Por Alex Maurício, Letícia Domingues, Sabrina Souza, Stefany Hanke

Uma das necessidades básicas do ser humano é o acesso a saneamento básico em suas residências. É um direito garantido pela Lei n°11.445/2007. Infelizmente esta é uma questão que vem deixando a desejar por todo o Brasil. Segundo dados do Instituto Trata Brasil mais de 100 milhões de brasileiros não têm acesso à coleta de esgoto. E de todo o esgoto do país apenas 44,92% é tratado.
Na região Sul o índice de atendimento total de esgoto coletado é de 42,46%. O Paraná é destaque no ranking de saneamento divulgado pelo Instituto e Ponta Grossa ocupa o 7° lugar das cidades com melhor saneamento básico. Mesmo estando bem colocada no ranking, Ponta Grossa ainda tem um longo caminho a percorrer. Visitando alguns bairros nos arredores do centro da cidade mesmo pode-se constatar a total poluição dos arroios, o que os transformou em esgotos a céu aberto. Dados repassados pela Prefeitura Municipal de Ponta Grossa mostram que o total de residências que possuem ligação de água é de 60.678 e as que possuem ligação a rede de esgoto é de 27.604, ou seja, 45,49% das residências que possuem água encanada não tem tratamento de esgoto.

DSCF1145Informações da Secretaria Municipal de Meio Ambiente afirmam que “O Plano Municipal de Saneamento Básico (PMSB) do município de Ponta Grossa foi elaborado a partir do levantamento de informações de caráter de diagnóstico pelo Grupo de Trabalho formado para este fim, bem como, levantamentos de campo realizados pela Prefeitura Municipal, com apoio da equipe técnica da Companhia de Saneamento do Paraná – SANEPAR, sendo esta a concessionária prestadora dos serviços de saneamento de água e esgoto deste município desde o ano de 1975”. O plano municipal de saneamento básico citado acima tem por objetivo apresentar o diagnóstico do saneamento básico no quesito abastecimento de água e esgotamento sanitário, no território do município e definir rotinas para o planejamento para o setor. O trabalho abrange a Sede Municipal, o Distrito Administrativo de Periquitos, o qual é interligado ao sistema principal, e os distritos de Itaiacoca, Uvaia e Guaragi.
Apesar do PMSB apresentar em seu conteúdo planos e objetivos para melhorar cada vez a quantidade de esgoto tratado, muitas famílias por não terem essa necessidade atendida buscam por suas próprias alternativas para coleta do esgoto. De acordo com o Censo do IBGE de 2010, 47% da população de cidades pequenas utiliza fossas rudimentares, que realizam a coleta de dejetos, mas não o processo de tratamento. Outras simplesmente despejam esses resíduos em córregos e rios. O problema desta destinação incorreta de esgotos é os riscos da proliferação de doenças recorrentes do contato com a água poluída, com urina, fezes humanas ou de animais e por bactérias ou vírus.
O descaso com estas situações é responsável pela transmissão de doenças, principalmente entre as crianças. As principais doenças causadas por águas paradas ou esgoto não tratado são a Hepatite, Disenteria, Febre Tifoide, Cólera e Leptospirose. Os arroios menores do município de Ponta Grossa que são o pilão de pedra, lajeado grande, arroio de Olarias e da Ronda, estão totalmente contaminados. O mais preocupante é que se tornou comum vermos residências sendo instaladas próximas a essas áreas contaminadas e crianças andando e brincando em contato direto com a poluição
A moradora Marcia Ribeiro do bairro Olarias comentou a situação do arroio que passa ao lado de sua casa. “É uma situação lamentável, faz anos que nada muda e o acumulo de lixo é frequente. Além do mau cheiro do córrego, a pessoas que jogam animais mortos ali dentro e nossa maior preocupação é com as crianças”.

https://www.youtube.com/watch?v=RzwlnVIhSDI

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