Fui incumbido pelo nosso coordenador de escrever uma crônica ou artigo sobre: cidadania em tempos de Facebook. No momento em que li a pauta e me vi com esse assunto já me assustei e falei “aaaaahhhh, gente qual a necessidade disso?”, pois acho que são assuntos diferentes, são como água e vinho – peço perdão por usar a diferenciação mais batida da história da literatura universal, “água e vinho”, mas não estou criativo em tempos de produção do TCC. Então, acho que é impossível conciliar os dois, ou você é um real cidadão ou você faz isso com o uso do Facebook porque queria ser, mas é preguiçoso demais para fazer algo em prol de sua comunidade (lugar onde você vive, não aquelas do Orkut).
A nossa ‘querida’ rede social do Mark Zukerberg devia ser utilizada apenas para postar vídeos de receitas fáceis, gatinhos, tombos de gordos, adicionar parentes para fingir que nos importamos com a vida que levam, e claro, adicionar amigos para “bater um papo”. Mas o século XXI que nos trouxe tantas desgraças, como a atuação política do PSOL, uma inundação pós-moderna nas universidades, marombeiros e paus de selfie, logicamente não pararia por aí, nos presenteou com mais uma grande ilusão, tão grande quanto astrologia ou a guinada à esquerda do PT: a cidadania facebookiana.
Explico para você caro leitor (não tenho nenhum, mas me porto como um cronista, e todo cronista que se preze deve por pelo menos dois “caro leitor” em todo texto, pode olhar tá no manual!), sabe aquele seu amigo que compartilha fotos de animais destroçados com uma frase sobre a crueldade animal e sobre o consumo de carne? Ou aquela pessoa que denuncia um roubo, um assassinato ou um assédio através de um compartilhamento? Ou aquele tiozão que publica fotos de crianças com câncer pedindo curtidas para curá-la? Ou aquele amigo bolsominion falando do comunismo no Brasil com um compartilhamento da página do ‘cientista político’ e juiz do UFC Wanderlei Silva? Ou aquela moça que acha que as mazelas sociais se resolvem com um textão? Então, eles têm a ilusão de estarem sendo cidadãos, arquétipos da cidadania, espadas reluzentes contra todo o mal que aflige nossa sociedade. Mas ele só está sendo enganado, e o pior, por ele mesmo!
Ou seja, atitudes de cidadãos através do Facebook não tem a menor importância na realidade. Para que se organizem as coisas é algo ótimo, mas para fazer ativismo ou atitudes cidadãs não tem a menor utilidade.
Logo, a única maneira é agindo! Aja, pense e se organize, seja para limpar a sua rua ou em um partido político, apenas organize-se para agir – menos em DCE ou na UNE, que peleguismo e fumar maconha não mudam nada.
- Então caro leitor (segunda vez, segui a cartilha!), se quer agir como um cidadão pare de utilizar a rede social para uma propaganda de sua bondade e atitudes magníficas e FAÇA isso realmente, pois como disse o Bill Maher, um comediante norte-americano, “realidade virtual não é realidade, é uma quase realidade, pois é isso que o ‘virtual’ significa, quase”. Então seja um cidadão total, e não um ‘quase cidadão’. E como diz aquela música “O resto é resto e o DEMAE que administre”.