Legenda. Rafael Carneiro apresentou por três anos os programa Som Nativo com Tigrinho, na rádio Santana

Por: Júlio César, Renato Pitella e assessoria

Mesmo com toda tecnologia a disposição, alguns meios de comunicação tem seu uso garantido, ainda que tenham que se adaptar ao ‘novo mundo’, como é o caso das rádios. 

Estudos realizados pela Kantar IBOPE Media, em 2022, mostraram que 83% da população brasileira ainda ‘consome’ o rádio. Este estudo aponta ainda, que os usuários passam em média, três horas por dia ouvindo rádio. As motivações que fazem o público buscar a sua estação preferida variam. Este estudo aponta, por exemplo, que 57% dos ouvintes ouvem a rádio por informação; já 55%, escuta pela emoção, seja buscando programas religiosos ou esportivos; 38% usam o rádio como companhia e 35% ouvem rádio por diversão.

Com o advento da internet e a facilidade de utilização de imagens, muitas rádios passaram a utilizar as transmissões via streaming, utilizando de plataformas como, por exemplo, o Youtube.

Youtube

Para o radialista Estéfano Junior, da Rádio Santana de Ponta Grossa, a utilização de canal streaming como o youtube, e de redes sociais como facebook e Instagram, facilitaram a interação entre o rádio ouvinte e o locutor. Segundo Estéfano, “a rádio continua forte e sendo ainda o velho companheiro, muito mais agora com a possibilidade da internet”, lembra.

Am e FM

Outra mudança marcante, ainda antes das plataformas digitais se popularizarem no mundo do rádio, foi a migração das sintonias AM para FM. Segundo o presidente executivo da Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e TV (Abert), Luís Roberto Antonik, embora as ondas AM apresentem um grande alcance, possuem uma frequência muito baixa, o que as sujeita mais à interferência causada pelos equipamentos eletrônicos do mundo moderno.

Ouvintes

Para a secretária da UniSecal, Lindamir Almeida, a rádio continua atuando como fonte de informação, lazer e entretenimento. “É importante porque eu posso trabalhar ouvindo as notícias da cidade, músicas e também de promoções que a rádio faz”, salienta.

Mesmo que a tecnologia venha para aproximar ainda mais o ouvinte do locutor, há pessoas que não dispensam o bom e velho radinho, seja ele a pilha ou o eletrônico. A estudante Beatriz Warkentin, conta que devido aos estudos e afazeres diários, ela ouve rádio fora das plataformas digitais. “Eu gosto de ouvir o programa ‘Metendo a Colher’, músicas sertanejas e os flashbacks. Como estudo e tenho meus afazeres, eu não consigo acompanhar as programações via web”, afirma.

Sonho

Mas a rádio vai além de apenas informar ou entreter o ouvinte. Ela pode ser inspiração, como o caso de Rafael Carneiro, que por muitos anos atuou como operador de mesa e locutor de algumas emissoras de Ponta Grossa. “Minha história de amor pela rádiodifusão começa na infância. Meu pai sempre teve aqueles rádios Philips duplo deck com toca-discos, e ouvir rádio sempre foi minha paixão. Com o passar dos anos, essa paixão foi aumentando”, conta.

Rafael explica que a paixão virou sonho e cita nomes de pessoas conhecidas na cidade que o ajudaram a dar início na realização deste sonho. “Comecei a conhecer o mundo do rádio na rádio Santana que naquela época ainda era AM. A primeira oportunidade de conhecer o rádio foi com o saudoso Gelson Cardoso. Ele [Gelson] foi dando oportunidades de gravar comerciais, mandar abraços e, com isso, a paixão foi só aumentando. Anos mais tarde, comecei a trabalhar com Neori Tigrão, na rádio Antena Sul, onde eu fazia os trabalhos técnicos e ajudava na locução. Deste trabalho com o Neori surgiu o apelido pelo qual sou conhecido em toda região: ‘Tigrinho’”, lembra.

Rádio Comunitária

Rafael lembra que seu primeiro trabalho em rádio, se deu aos 16 anos em uma rádio comunitária no bairro São José. “A Associação de Moradores do bairro São José fundou uma rádio comunitária chamada Vanguarda FM, e ali, com meus 16 anos, eu apresentava diariamente meu programa Som Nativo”, ressalta.

Depois da ‘Vanguarda FM’, Rafael ainda trabalhou na Antena Sul FM, MZ e Santana, onde ele se ‘aposentou’ da rádio. “Fiquei por nove anos na rádio MZ, onde consegui tirar minha DRT de sonoplasta e locutor, fazia o plantão esportivo, apresentei o MZ notícias com Ricardo Zampieri,  Roberval Bastos e Pedro Adalberto e apresentei um programa de fofocas com Leo Passéti. Na Rádio Santana fiquei somente três anos, lá, apresentava semanalmente o meu programa Som Nativo com Tigrinho. Mas como a vida sempre nos traz novos desafios, e já tinha me realizado no rádio, me ‘aposentei’ da radiodifusão e fui realizar outros sonhos. Hoje tenho minha empresa de transporte escolar e turismo, mas trabalho sempre com o rádio ligado, pois, ele é ‘minha cachaça’”, enfatiza.

Homenagens

O trabalho desenvolvido no rádio, rendeu a Rafael homenagens como moção de aplausos. “Recebi diversas homenagens na cidade de Ponta Grossa, entre elas, duas moções de aplauso com indicações do vereador Jorge da Farmácia e do então presidente da Câmara, Daniel Milla, pelos serviços prestados à comunidade e por levar a música tradicionalista aos ponta-grossenses”.

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