Programa da prefeitura municipal de Ponta Grossa Castramóvel dificulta procedimentos por conta de burocracia.
Por Dulce Pais
Um dos cachorros de rua após a adoção
No dia 29 de setembro de 2020 foi sancionada a lei que protege os animais, número 1.095/ 2019, que aumenta a punição para quem praticar ato de abuso, maus-tratos, ferir ou machucar animais. Conforme a legislação, a pena agora vai para dois a cinco anos de prisão, além de multa e a proibição da guarda de novos animais. A nova emenda modifica o artigo 32 da Lei de Crimes Ambientais a qual previa pena de três meses a um ano de reclusão, além de multa.
Segundo a advogada e protetora de animais Carmen Zambiasi, foi uma grande conquista.“ Eu considero isso como uma grande vitória, mas ainda não é suficiente, porém, o abandono de animais ainda é muito grande. A população deveria se conscientizar mais, o estado poderia facilitar procedimentos de castração aos animais para pessoas menos favorecidas”, relata.
A Prefeitura de Ponta Grossa conta com um programa chamado Castramóvel, onde os animais são castrados em mutirões gratuitamente. No entanto nem sempre funciona. Segundo a dona de casa Maria Carolina Borges, o projeto é uma “ ilusão”. “Eu precisava castrar minha cachorra, e não tinha como pagar o procedimento no particular que custa R$ 600, então pedi ajuda na prefeitura, onde me pediram para comprovar uma renda mensal de R$ 70 e que faço parte de algum tipo de assistencialismo do governo. Com eles dificultando assim, fica complicado”, desabafa ela.
O Centro de Referência para Animais em Risco (CRAR), explica que conta com a ajuda de muitos voluntários para dar conta dos cachorros que chegam em estado de calamidade no local, porém, na pandemia as ocorrências multiplicaram em relação aos gatos.
Ana Luísa Severo, é protetora de animais e atualmente cedeu uma casa que recebeu por herança de família, para abrigar gatos abandonados e com risco. Ela conta sua experiência e satisfação do resultado de sua atitude. “No começo foi complicado. Eu tinha mais de sessenta gatos para dar conta. Depois, meninas voluntárias me procuraram para poder ajudar e isso foi muito bom. Chegavam gatinhos filhotes com fome, sem a mãe; gatos machucados e infelizmente tinha vezes que nada mais poderia ser feito. Fazemos tudo o que podemos para salvar esses animais e depois doamos para quem realmente vai amar e cuidar desses bichinhos. Ele vai para o adotando já castrado para evitar a multiplicação indevida”, conta Severo.
Situação de um gato abandonado recentemente
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