Viviane Cruz

materia_viviane_reportagem (1)A sexualidade é um assunto muito discutido na sociedade principalmente quando envolve a questão de orientação sexual, pois o preconceito que gira em torno disso é o principal fator que leva ao aumento da prostituição.

Muitos dos Transexuais que atuam nesse meio sofrem preconceito e falaram sobre isso em entrevista ao jornal Nova Pauta. Aila é travesti, trabalha nas noites de Ponta Grossa e contou o motivo pelo qual deixou sua casa para entrar no mundo do sexo “Na verdade é porque minha mãe não aceitou minha sexualidade, aí foi a única opção que eu tive. Eu já tinha curiosidade e sabia que iria ganhar um bom dinheiro com isso e acabei entrando nessa vida por acaso”.

materia_viviane_reportagem (2)Quando questionada sobre o principal motivo que a levou a entrar nessa vida ela diz que não é apenas pela parte financeira, mas também pelo preconceito que encontram ao tentar se inserir no mercado de trabalho, pois, “os travestis não têm oportunidades para se inserir no mercado de trabalho e na maioria das vezes a única saída que encontram é viver do sexo”.

Aila ainda nos contou que realiza em média de sete a oito programas por dia e com esses programas ganha em média 800 reais em épocas de inverno. De todos os problemas que já enfrentaram nas ruas, os piores foram pelo frio e pelo preconceito por parte da sociedade.

Ela revela que essa não é a vida que ela realmente gosta, mas que faz porque precisa. Mostrou também o desejo de seguir uma profissão e diz que ainda pretende fazer isso, que pretende também sair dessa vida enquanto sua saúde não está prejudicada pelo fato do trabalho nas ruas.

O Jornal conversou com algumas pessoas para saber as opiniões a respeito do trabalho dos travestis. A acadêmica de jornalismo Janaína Lohmann, trabalha na ONG Renascer, é homossexual e diz que “na realidade a prostituição não é devido a homossexualidade, na realidade a prostituição é devido a transexualidade”.

A mesma já participou de eventos que tratavam sobre o assunto da trasnsexualidade. Em um desses eventos foi realizada uma pesquisa sobre os trans e os dados mostraram que 100% deles já sofreram abusos tanto de forma verbal, quanto de forma física. E também 100% dos transexuais gostariam de exercer outra profissão além dos trabalhos que realizam nas ruas da cidade.

Segundo ela os dados apresentados nessa pesquisa são absurdos e muitos dos travestis não chegam a concluir o Ensino Médio por falta de oportunidades. Janaína ainda revela que já sofreu preconceito e chegou a perder o emprego devido ao seu gênero.

Para ela, discussões sobre o assunto seriam formas de esclarecer e abrir a mente da sociedade, evitando assim o preconceito que existe frequentemente contra os travestis.

Já o Paulo Schimidt, funcionário das Facudades Secal considera o preconceito “um absurdo, porque o direito de cada um tem que ser respeitado”. “Cada um tem sua livre escolha, seu livre arbítrio e ninguém pode questionar isso aí”.

Preconceito forte

Em 2015, em um meio de comunicação da cidade o assunto do trabalho dos travestis foi levantado e muitos moradores reclamaram que a região do Cemitério Municipal é quase que intransitável devido ao trabalho dos travestis naquele lugar.

A intenção dos moradores era criar uma associação para exigir que providências fossem tomadas porque o trabalho dos travestis nesse lugar causaria inúmeros transtornos. Por lei, o trabalho das travestis nesse lugar não é proibido, desde que não haja “cafetões” gerenciando esse “comércio”.

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