nov 17, 2016

Oficina ministrada por Miriane Figueira tinha como alvo principal acadêmicos do curso de Letras e Pedagogia, onde debateram temas como a beleza da mulher e cotas raciais.

Ana Cláudia Nunes

A Semana da Afro-Consciência 2016 começou na última quarta-feira (16) na Secal. A intervenção “Desapropriam-me de mim”, ministrada por umas das fundadoras do projeto, Miriane Figueira, foi uma das atividades da primeira noite de evento.

O objetivo do projeto consiste em mostrar a real identidade da mulher negra, que durante muitos anos teve sua imagem neutralizada por estereótipos impostos pela sociedade. Miriane trouxe para a oficina imagens de mulheres escravas completamente nuas, onde elas se viam forçadas a serem retratadas daquela forma. Segundo Miriane, elas não eram donas de próprio corpo e sim seus senhores, que além de as obrigarem a tal ação, ainda tinha como “autorização” estuprar suas escravas.

Assuntos delicados como esse foram diversas vezes debatidos durante a oficina, porém um que se destacou diante do entendimento e questionamento dos acadêmicos foi à questão de cotas raciais.

Alguns acadêmicos tomaram posição contrária às cotas distribuídas para negros dentro de universidades, pois acreditam que no país deveria existir um sistema igualitário, contrário a distribuição de cotas, que em visão de muitos acaba favorecendo tais alunos.

Diante desse tema a palestrante Miriane rebateu, que “a cota é um reparação social. Uma oportunidade apresentada a um negro que cresceu na periferia é completamente diferente a de um branco de classe média”. “Por isso acho muito importante e sou a favor das cotas”, afirmou.

O acadêmico de jornalismo Walter Gomes participou da oficina e mostrou seu interesse sobre o assunto em questão. “O tema debatido é muito importante, acredito que ele dever ser abordado mais vezes em sala de aula. O projeto é completamente cabível para um bom ambiente educativo, já que é cheio de informação e muito bem explicativo”.

Fotos Kimberly Andressa