O retorno do teatro aos palcos e a visão dos bastidores do 49° Fenata

Por Elisângela Schmidt

O festival foi realizado de forma híbrida e respeitando os protocolos de segurança

Após quase dois anos de portas cortinas fechadas, o Cine-Teatro Ópera reabriu para receber os espetáculos e o públicodo 49° Fenata. Foi o primeiro grande evento da cidade a ser realizado em local fechado e o primeiro a receber um grande público no local. O evento aconteceu nos dias 08 a 13 de novembro de 2021, sendo que as apresentações presenciais foram realizadas de segunda a quinta-feira.

Conhecido por ser o maior festival ininterrupto do país, o Fenata já foi palco para grandes artistas e companhias teatrais, e por isso, carrega um peso histórico e cultural de grande relevância, principalmente para a formação de plateia e como principal instrumento de transformação e exemplo para os atores ponta-grossenses. “Já me encantava com o teatro na sua simplicidade de encontros culturais, em vilas, igrejas e escolas. Mas quando assisti pela primeira vez uma peça no Fenata foi como ver a imensidão daquilo que já admirava.”, contou Viviane Oliveira, diretora da peça ‘A Borboleta na Colina’, vencedora do prêmio de Júri Popular da Mostra Principal, e atriz na peça ‘Lune’ que venceu o Júri Popular da Mostra Paralela.

Em uma edição histórica, pela primeira vez o evento foi realizado em formato híbrido, com apresentações presenciais e também online. Uma grande experiência e desafio para os organizadores. “Nós repensamos o projeto por aproximadamente seis meses. Quando decidimos pela edição híbrida, o maior desafio foi como atender ao público e à equipe de maneira segura.”, explicou Sandra Borsoi, diretora de Assuntos Culturais da PROEX/UEPG.

O festival continuou seguindo os protocolos de segurança, com o uso de máscara, cadeiras marcadas, com distanciamento e apresentação obrigatória de carteirinha de vacinação para entrar ao teatro. Fato que desagradou algumas pessoas, que por esquecimento ou outros fatores, foram barradas na entrada do local e não puderem assistir às apresentações. No segundo dia de espetáculo, a organização do evento teve que pedir aos presentes que parassem de retirar as faixas que bloqueavam as cadeiras para que não houvesse aglomeração.

Entre os quatro espetáculos selecionados para a Mostra Principal, dois deles eram de fora do Paraná, mas já passaram outras vezes pelo Fenata. ‘O Porco Cane – Uma visita!’, do Grupo Rabugentos, de Sertãozinho/SP e ‘Um Beijo no Asfalto’, da Comunidade Teatral Independente (CTI), do Rio de Janeiro/RJ. O diretor e ator Gilberto Bellini de Sertãozinho contou que o momento foi muito emocionante e importante para o trabalho, pois foi a primeira vez que apresentaram o espetáculo de forma presencial desde sua estreia online.

Diferente de outros anos, desta vez, quem surpreendeu o público foram os grupos de Ponta Grossa.  ‘Borboleta na Colina’ foi aplaudida em pé ao final e tirou muitos elogios do público presente. Enquanto ‘Fada Maria’, um espetáculo teoricamente para crianças, divertiu o público adulto, que aplaudiu no meio do espetáculo. Devido às restrições do Covid-19, as crianças não puderem ir ao teatro, tendo em vista que ainda não foram vacinadas.

Enquanto no ensaio geral, minutos antes de se apresentarem ao público, o clima era de tensão para o grupo Lampejo, entre broncas e pedidos do diretor Paulo Henrique Neto, durante e depois da apresentação foram apenas lágrimas de felicidade. Em agradecimento ao festival, o diretor se emocionou no palco e relatou a importância que o festival teve para seu desenvolvimento e formação no teatro.

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