Donas de Casa

Mães, donas de casa e esposas, dia 8 de março é o dia de todas elas

Por Stefany Cecilia Hanke

Todo dia 8 de março comemoramos o Dia Internacional da Mulher. Celebramos a conquista de todas aquelas que vieram antes de nós lutando por igualdade, independência e liberdade. Recordamos do incêndio na indústria têxtil de Nova York, em 1911, quando aproximadamente 129 operárias perderam suas vidas por buscarem seus direitos.

Hoje em dia as mulheres ocupam uma grande parte do mercado de trabalho e o seu reconhecimento está cada vez maior. Porém, não podemos esquecer que aquelas que optaram por cuidar dos seus lares e dos seus filhos também merecem seu devido reconhecimento.

É comum ouvir que a mulher tem que ter seu próprio sustento, que não pode depender de ninguém, que deve estudar e trabalhar. Mas essa não é uma decisão que cabe a cada uma? Conversamos com duas mulheres que são mães, donas da sua vida e não trabalham fora, a fim de esclarecer como elas se sentem diante da decisão que tomaram de se dedicar ao lar e aos filhos.

Elisandra, mãe de dois filhos, esposa e dona de casa, conta que essa foi uma vontade sua e que a questão de se dedicar ao lar foi tomada em conjunto com o esposo. “O futuro que eu sonhava quando jovem é bem parecido com a vida que levo hoje, pois sempre foi um desejo casar e ter um casal de filhos. E não me arrependo. Na verdade, acredito que essa foi a melhor decisão, porque posso acompanhar tudo sobre eles e ajuda-los a qualquer momento”.

Mas além daquelas que sonham em ter uma casa e uma família, algumas mulheres são tomadas por esse desejo ao longo da vida. Foi o que aconteceu com Hanna Ly, que aos 28 anos é mãe de três filhos, esposa e dona de casa. “A minha vida hoje não é nada parecida com o que planejei quando mais jovem, eu pretendia estudar, me formar, trabalhar e na verdade não pensava em filhos. Tudo mudou quando minha primeira filha nasceu eu senti dentro de mim a necessidade de acompanha-la de perto. Todos os meus desejos de conquistas pessoais foram imediatamente substituídos pelo desejo de ser mãe e me dedicar a ela. Depois disso o desejo de uma família maior tomou conta de mim e assim se deu, tive mais dois filhos”, diz.

A discriminação dessas mulheres baseada nas suas escolhas é um fato que está presente no cotidiano e é sentido por algumas dessas mulheres. Não vou negar que nunca me senti mal quando encontrava algum colega de escola e ouvia a pergunta: e aí o que está fazendo da vida? E sentia a discriminação e até certa decepção quando respondia que cuidava do lar e dos filhos, era como se mesmo sem que eles dissessem eu ouvisse suas críticas, pois mulher tem que trabalhar e não depender de homem. Bom, eu não posso reclamar da minha vida, sou feliz e recebo todo respeito necessário do meu esposo e da minha família”, explica Hanna Ly.

Já Elisandra não diz sentir esse tipo de constrangimento. “Não me sinto descriminada, apesar de ouvir muito, mas você só fica casa? Cansada o que? Você não trabalha fora. Sabemos que o trabalho da dona de casa é enorme, o serviço nunca acaba e não temos folga ou férias. Mas posso te garantir que prefiro minha vida assim, cuidando dos meus filhos e do meu lar. Sinto-me muito realizada como mãe e mulher”.

E segundo as pessoas próximas a essas mulheres, elas são grande referência de mulher feliz e realizada. Para seus filhos são lar, são segurança, são a maior fonte de carinho, amor e dedicação. São também exemplos de força, paciência, persistência e nesses pontos muito se assemelham as mulheres que morreram por seus direitos em 1911, dando origem ao dia Internacional da Mulher.

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