Mães falam sobre cotidiano na quarentena

Com as aulas presenciais suspensas, mães mudaram suas rotinas e se desdobram para manter seus filhos ocupados

Por Gabriel Ribeiro

Em 2020, foi decretado isolamento social no Brasil e no mundo, por conta do novo coronavírus. Com as aulas presenciais suspensas, famílias tiveram que se adaptar a esse “novo modo de viver”. As crianças que ficavam em período integral nas escolas, agora passam 24 horas com seus pais, em casa.

Após meses de isolamento, como essas famílias estão lidando com a nova rotina? Já que a sala de aula convencional não é mais possível. Os pais que antes saiam para trabalhar e faziam os demais afazeres longe de casa,ficam junto de seus filhos 24 horas. Agora a casa se tornou o ambiente de estudos, as aulas presenciais, agora são remotas, e as brincadeiras com os colegas de classe foram interrompidas por tempo indeterminado.

Quem conta como está passando por esse período, é a pós-graduanda em Direito Daniele Cristina Saffraider, 28, que trabalha o dia todo, como doméstica em uma casa de família, distante da cidade. A estudante tem uma filha de nove anos, que está no 4° ano do ensino fundamental. Por conta da pandemia, Daniele tem que levar sua filha para trabalho, pois, não tem com quem deixar.

No trabalho, Daniele deixa sua filha brincando o dia todo com o filho de sua patroa, sobre sua supervisão. “Deixo os dois brincando em um espaço seguro, e vou fazer meu trabalho, mas, a toda hora vejo como os dois estão”. Depois de um dia cansativo de trabalho, separa pelo menos 30 minutos todos os dias para a realização das tarefas da filha. “Mesmo cansada, sempre ajudo ela a fazer as atividades”. Nos fins de semana, a menina fica com o pai, ou com a avó, já que a estudante tem aula remota e trabalha em um mercado do bairro.

Daniele também fala que agora está mais próxima de sua filha, “Antes ela passava o dia todo na escola, e eu trabalhando, nós só se víamos a noite quando eu chegava da faculdade”, conta.

Outro caso, é da professora Joice Adriana Saffraider, 29, que atualmente está desempregada. Com seus dois filhos de dois e oito anos em casa, a professora viu no isolamento social, uma oportunidade de botar em prática suas habilidades criativas. Nesse período usou a criatividade para elaborar atividades educativas. Como ela já trabalhava com educação infantil, ficou mais fácil de manter ocupado seus dois filhos. “Eu já trabalhava com o ensino infantil há alguns anos, e tenho vários jogos e atividades educativas, então as crianças aprendem brincando”.

Além das brincadeiras, Joice também separa um tempo para ajudar seu filho mais velho a fazer as atividades da escola, “ Depois que meu filho mais novo dorme, eu ajudo o outro a fazer a tarefas”, contou.

Questionadas sobre a possibilidade da volta as aulas antes da vacina para a covid-19, ambas disseram que não. “Sem a vacina é impossível mandar as crianças para a escola. ”, finalizou Daniele.