Por Maysa Taborda

A história da arquitetura do Brasil se concentra desde seu ‘descobrimento’ no século XVI, logo após a chegada dos portugueses ao país. Além da grande influência dos povos indígenas e colonos europeus, a arquitetura brasileira também contou com a contribuição do povo africano na arquitetura.

A arquitetura de modo geral, reflete o modo de vida de uma população, quais são os seus valores, desejos, práticas de trabalho, lazer, etc. Então, não apenas a arquitetura tradicional é histórica, mas toda ela, pois representam a nossa evolução enquanto sociedade. Por exemplo, a tecnologia indígena utilizada na época, conforme a Gabriela K. Sgarbossa, professora e especialista em arquitetura e urbanismo conta sobre os materiais utilizados na arquitetura indígena. “Elas eram feitas com materiais leves disponíveis na natureza, com estrutura em taquaras de bambu ou galhos de árvores e cobertura com fibras vegetais. Outra condição era que elas eram comunais, diversas famílias moravam no mesmo pavilhão, o que fazia com que eles fossem bastante grandes”, explica.

Gabriela também relata a transição da arquitetura Colonial. “A arquitetura colonial foi a primeira arquitetura de origem europeia construída no Brasil. Sua influência é baseada na arquitetura que se fazia em Portugal na época, como as construções eram feitas com barro, não era possível fazer construções com grandes vãos livres, então as casas principalmente, eram estreitas, com as divisas laterais sempre encostadas e aberturas como janelas e portas estreitas também.

O principal material de revestimento nas paredes era a pintura à cal e as coberturas escoavam as águas da chuva para a rua, sendo que o material utilizado eram as telhas capa e canal. Outro fator que modificou a arquitetura foi a criação da Academia Real de Belas Artes, e a chegada de artistas franceses na organização denominada “Missão Francesa”, isso fez com que a arquitetura tivesse influências destes artistas, assumindo um estilo denominado “neoclássico”, onde existe a inspiração na arquitetura clássica produzida pela civilização grega, utilizando cornijas, frontões e colunas”. Gabriela relata a importância da história da arquitetura. “A história é algo que construímos diariamente, não são apenas os grandes fatos da humanidade que representam a história, então toda arquitetura das cidades representa esse contexto”, comentou.

Em Ponta Grossa, a maior parte dos edifícios tombados é referente à linguagem eclética, alguns deles referentes ao movimento ‘art déco’, um deles referente ao período colonial, a Capela Santa Bárbara, e alguns referentes à linguagem industrial, sendo eles as chaminés das indústrias Wagner e de algumas olarias.

“Ponta Grossa é uma cidade conservadora, no entanto, sua cultura material não é preservada. Existem diversas edificações de grande importância demolidas sem justificativas plausíveis temporalmente”, diz a professora Gabriela.

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