Reportagem: Eduardo Vaz

Ponta Grossa já conta com seis ‘bolsões’ destinados ao estacionamento exclusivo de motos e bikes em cruzamentos com semáforos na Nova Rússia

             O trânsito de Ponta Grossa passou a contar com uma novidade desde o último mês de agosto. As ‘faixas de retenção’ são ‘bolsões’, sinalizados horizontalmente na pista em cruzamentos com semáforos, destinados às paradas de motos e bicicletas à frente dos carros. Até o momento são seis interseções que já contam com as faixas, todas na Avenida Ernesto Vilela, região da Nova Rússia, mas que devem ser instaladas nos cruzamentos da região central e também na Avenida Visconde de Mauá, no bairro de Oficinas, nos próximos meses.

A novidade, aprovada na Câmara Municipal no mês de julho e sancionada pela prefeita Elizabeth Schmidt um mês depois, ainda é estranha para alguns condutores. Rafael Pereira, motorista de aplicativo, revela que é preciso atenção para não parar sobre o espaço. “Como não é em todo lugar que já tem, a gente ainda fica meio perdido quando vem para a Nova Rússia. Tem que ter cuidado para não passar do limite”, conta. Já o motociclista Jefferson da Cruz aprovou a novidade. “É bom, sim. Com elas a gente não precisa ficar no meio dos carros, em cima da faixa. Podia ter em todos os lugares”, afirma.

A reportagem esteve no cruzamento da Avenida Ernesto Vilela com a Avenida Anita Garibaldi, onde há três pontos de faixa de retenção, e flagrou motoristas desrespeitando o espaço destinado às motos e bicicletas. Durante os 30 minutos em que a equipe permaneceu no local, pelo menos dez condutores teriam invadido o espaço.

Confira a galeria de fotos.

Segundo a Autarquia Municipal de Trânsito e Transportes de Ponta Grossa (AMTT), a fiscalização fica por conta dos agentes do Departamento de Trânsito, que promovem patrulhamentos e orientações constantes aos motoristas. A AMTT reforça que não há sanções ou multas previstas no Código Brasileiro de Trânsito para quem desrespeita o espaço de recuo. De acordo com o diretor de Engenharia de Tráfego da AMTT, Juarez Alves, a análise até o momento tem sido positiva. “Os locais onde já concluímos a instalação das faixas tem apresentado maior segurança e agilidade no deslocamento dos motociclistas, melhorando o fluxo nos cruzamentos semaforizados”, afirma.

De acordo com a AMTT, a implantação das faixas não gera custos ao município. “Não há custos adicionais, uma vez que a sinalização é realizada com tinta viária, a qual já possuímos em estoque”, afirma.

Conforme informações disponíveis no site do Detran Paraná, até o mês de setembro de 2021, a cidade de Ponta Grossa possuía uma frota total, incluindo carros, ônibus, caminhões, motos e outros modelos de transporte automotor, estimada em 222,5 mil veículos. Destes, 134,4 mil são automóveis. Entre os veículos registrados que podem utilizar as faixas (excluindo as bicicletas, que também podem aguardar o semáforo abrir dentro do ‘bolsão’) há25,1 mil motocicletas e 2,9 mil motonetas.

Entre os anos de 2016 e 2020, a frota de veículos em Ponta Grossa cresceu 13,4%, segundo dados do Detran-PR. Uma média de 3,3% ao ano. Um número pouco menor do que a média nacional no mesmo período, que foi de 15%, segundo o IBGE, com média anual chegando a 3,7%.

Para o moto entregador Thiago Santos as faixas podem evitar acidentes mas é preciso a conscientização dos motoristas. “Não adianta só pintar as faixas. Tem que ensinar os motoristas que não pode parar em cima e que tem que dar espaço para os motoqueiros passarem, senão não adianta”, aponta. “Motoqueiro é tido como mal  educado no trânsito, o que ninguém vê é que todo mundo quer o seu lanche rápido! Pra isso tem que abrir espaço porque tem espaço pra todo mundo”, conclui.

Dos motoristas que estavam sobre a faixa de retenção que foram abordados pela reportagem, nenhum quis comentar o assunto.

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