Diferente de seus tempos áureos quando inaugurada em 1930 para ser depósito de cargas da Rede Ferroviária Federal S/A – RFFSA, atualmente a Estação Arte vive tempos bem diferentes.

Apesar do grande público que recebeu na semana do dia 7 a 15 de setembro fazendo parte da IX Feira do Livro de 2017, no dia a dia o local parece estar abandonado. Sem placas, banners e pouca divulgação, também sofre com a falta de segurança. Recentemente o lugar foi assaltado. Foram levadas geladeira, televisão, computador, entre outros. E por esse motivo, apenas uma das 22 portas ficam abertas.

Antes da inauguração em 1996, como espaço voltado à cultura, recebendo exposições, oficinas e mostras de artistas locais e de fora da cidade, o local estava quase em ruínas. Mendigos dormiam no espaço, faziam até fogo ali. É o que conta a atual responsável pelo setor de Artes Visuais desde 1998, Mariângela Digiovanni.

Além disso, a Estação Arte sofre com a falta de interesse da população. “Desde sua inauguração até hoje o movimento é no mesmo pique, tem dias que não entra ninguém. O que mudou foi que agora temos o salão de arte contemporânea que traz coisas muito legais.

Quem mais frequenta são os artistas plásticos. Nem os alunos que estudam arte costumam vir aqui. O que nós estamos aguardando atualmente é um banner que convide as pessoas para entrar dizendo que aqui é gratuito”.

O prédio foi tombado pelo Conselho Municipal de Patrimônio Cultural (Compac) em 2002. Já em 2007 passou a funcionar como Mercado da Família. Após quase oito anos sob o comando da Secretaria Municipal de Abastecimento, o prédio voltou a ser administrado pela Divisão de Artes Visuais da Fundação de Cultura, em março de 2015.

História

A Estação Arte é uma das três estações que abrigam memórias de uma época em que Ponta Grossa era uma das principais referências no transporte ferroviário do país. Construída com um estilo eclético em 1930, era sede do Armazém da Estrada de Ferro do Paraná.

Sua função, dentro do complexo da ferrovia, era estocar diversos produtos e materiais vindos de outros países. Este armazém funcionou até a década de 70, quando foi desativado, sendo suas atividades transferidas para o bairro de Uvaranas. As três estações são compostas pela Estação Arte, Estação Paraná – que abriga hoje a Casa da Memória e a mais famosa delas, a Estação Saudade – que já foi sede da Biblioteca Municipal, ao lado do Shopping Popular, mais conhecido como Paraguaizinho.

Como expor minha arte?

As exposições são realizadas através de edital. Outra maneira é indo pessoalmente ao local. O artista precisa montar um projeto da exposição e falar com Mariângela Digiovanni na Estação Arte. Caso não seja cadastrado, o artista deverá levar algumas fotos de suas artes e currículo no local para agendar uma exposição.

São dois salões e um atelier. As exposições são mensais, mas dependendo do porte podem ser estendidas em até dois meses. O atelier oferece oficinas/vivências totalmente gratuitas.

Serviço

A Estação Arte fica localizada na esquina da Rua Benjamin Constant com a Avenida Vicente Machado, em frente ao Terminal Central. O horário de funcionamento é de segunda a sexta-feira, das 9h às 12h e das 13h30 às 18h30.

 Texto: Romulo Prestes

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