Além do crescimento nas buscas de internet, números de divórcios registrados em cartório teve alta no período

Por Luana Abrantes

Além da afetar o trabalho, os estudos e os planos de inúmeras pessoas, para algumas a pandemia foi além e mexeu com os sentimentos de vários casais, que optaram pela separação nesse período.Tal efeito, resultou em umcrescimento de 55% no número de divórcios registrados em cartórios em maio no comparativo com o ano anterior.

Segundo levantamento do Colégio Notarial do Brasil, os processos saltaram de 4.641 para 7.213. As mulheres representam a maioria responsável pelos pedidos. A auxiliar de contabilidade, Érica Martins, foi uma dessas mulheres que recorreu ao divórcio. “O relacionamento já́ não ia bem. Com os dois em casa por causa da pandemia, as brigas aumentaram e não aguentei mais”, comentou.LUANA_DivorciosNaPandemia1

De acordo com dados do Google, as buscas por palavras-chave como “divórcio” tiveram um crescimento de 1.100% entre maio e julho em relação ao começo do ano. Pesquisas sobre formas para entrada no processo e valores, também registraram aumento significativo.

Larissa Gonçalves, advogada, comentou que a demanda relacionada ao divórcio teve aumento considerável, em sua maioria justificada pelas brigas e traições por parte de um dos companheiros. Ela explicou que existem dois tipos de divórcio: o consensual e o litigioso. “No consensual, o ponto chave é a vontade espontânea dos requerentes. Se houver filhos menores, a pensão alimentícia deve estar acordada, assim como a divisão de bens entre o casal. Caso o divórcio seja litigioso, que é quando uma das partes não aceita ou há conflitos referente à pensão e guarda dos filhos, ou até mesmo sobre os bens, o processo judicial é feito no trâmite de praxe.”

Devido ao distanciamento social, o divórcio online tornou-se uma alternativa adotada pelos cartórios. Nesse caso, através de uma reunião remota entre as partes, advogados e o Juiz de Paz, o pedido é feito. Segundo Larissa Gonçalves, apesar da ação ser mais simples e rápido,é preciso ter cautela. “Nessa forma as custas são mais altas, tem as taxas de cartório e os honorários dos advogados. Além disso, vale lembrar nem todos casais são aptos ao serviço online. Nele é preciso o consentimento e não se pode ter filhos de menores ou incapazes”, alertou.

“A gente sabia que isso ia acontecer mais cedo ou mais tarde. A pandemia só acelerou. Hoje estou muito feliz e cuidando mais de mim e da minha filha, porque se eu estiver bem, ela estará também” finalizou Érica, que tem uma filha de sete anos de idade, fruto do casamento de 12 anos que se encerrou durante a pandemia, no dia 04 de maio de 2020.

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