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Casas colaborativas são desafio de um novo modelo de negócio

Byadmin

dez 9, 2021

Por Elisângela Schmidt

Em Ponta Grossa o modelo ganhou popularidade nos últimos anos

As casas colaborativas, como o próprio nome sugere, são espaços criados para compartilhar ações e projetos com uma administração coletiva. Em Ponta Grossa, o modelo ganhou popularidade com a abertura da Casulo Casa Colaborativa em setembro de 2019, inspirada em outros locais semelhantes e conhecidos por esse tipo de administração, como é o caso da Casa Jardim Secreto (São Paulo/SP) e Casa 102 (Curitiba/PR).

Inaugurada meses antes da pandemia começar, sua abertura mostrou a possibilidade de haver um lugar comunitário. A casa localizada no centro da cidade se tornou conhecida rapidamente com a administração das idealizadoras Bruna Dalzotto e Tatyla Barreto,e com o passar do tempo, de outras pessoas que vieram a compor o coletivo. Comsalas para locação, espaço para exposição de trabalhos artesanais e artísticos, um café e um jardim, o local tomou forma e tornou-se um lar para muitos. Eventos com bandas, saraus, encontro de outros coletivos marcaram presença na Casulo. “A proposta da casa sempre foi a de criar conexões. Idealizamos espaços para receber pessoas e atividades coletivas, focados na interação, trocas de experiência e desenvolvimento de projetos conjuntos. A ideia era que a casa estivesse sempre movimentada, com pessoas reunidas para criar, produzir, trocar experiências. E de ser palco para que artistas locais pudessem expor seus trabalhos autorais e de forma independente.”, contou Tatyla.

Depois dela outros projetos começaram a se reconhecer como colaborativos. Foi o caso da Casa Florescer, fundada por Annelise Moya Teixeira e inaugurada em fevereiro de 2021, com propósito de fornecer práticas de yoga para crianças e adultos. Em julho, outras mulheres passaram a compor a equipe e ampliar as prestações de serviços. Desde então a casa vem procurando uma forma ideal de administrar o local de forma colaborativa.

Por não haver um regime próprio de administração mais simples para espaços caracterizados como colaborativos. Um dos grandes desafios é como realizar essa organização, em relação a divisão de orçamento, despesas, funções, etc. Ao menos foi esse o principal obstáculo que Annelise Teixeira encontrou ao começar as atividades na Casa Florescer. “Eu ainda estou entendendo se a casa vai conseguir caminhar como colaborativa, como era o meu intuito, o meu desejo. Mas não sei dizer se neste momento a casa funciona de forma colaborativa. Eu acabo mantendo uma porcentagem muito grande. As meninas que estão junto têm o mesmo intuito, mas ainda não conseguimos equiparar essa relação de contribuição.”, explicou Annelise.

No caso da Casulo, além de um modelo desafiador de negócio, outro contratempo surgiu: a pandemia.  Manter um espaço que foi criado para fazer conexões de forma coletiva. Com o tempo o coletivo perdeu força e os sócios acabaram saindo, permanecendo apenas a Tatyla na gestão do local em 2021. “Os desafios foram muitos, principalmente em um período que nos forçou a funcionar de modo oposto ao propósito da casa, sem poder reunir pessoas. Dentre os maiores desafios posso citar a dificuldade em gerenciar um modelo de negócio com foco no compartilhamento de recursos, pois nossa sociedade não foi preparada para isso. Apresentar um novo conceito e entender como funciona na prática é bastante desafiador, pois o “natural” é que as pessoas coloquem seus interesses individuais como prioridade.”, contou Tatyla. Em 29 de novembro a Casulo anunciou o encerramento de suas atividades, mas a idealizadora continua acreditando na proposta. “No momento o coletivo se diluiu e cada integrante optou por seguir com seus projetos pessoais. Eu, Tatyla, particularmente continuo acreditando na proposta. Já tenho muitas ideias e o desejo de continuar criando projetos que fomentem as economias alternativas, seja no formato de casa colaborativa ou em outro formato.”.

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