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Aluno de Jornalismo, que é cego, cobre evento nacional de basquete

O aluno de jornalismo participa da sua primeira cobertura de evento

Por Adalberto Gomes, Ciriane Shaniuk, Isabel Aleixo e Stefany Hanke

Gabriel trabalhando na redação
Gabriel trabalhando na redação

Do dia 07 ao dia 11 de agosto, os acadêmicos do curso de Jornalismo da Faculdade Secal participam da cobertura da Supercopa Brasil de Basquete, que acontece em Ponta Grossa. Entre eles, Gabriel Fonseca, que é cego, mas que assim como os demais alunos, desempenha suas funções com o auxílio dos professores e tem a oportunidade de trabalhar em um evento fora da instituição. “Eu estou muito feliz em participar da cobertura desse evento, porque vai contribuir bastante para o meu currículo profissional. Vai ser uma grande experiência”, disse.

Na faculdade

Gabriel tem 21 anos e ingressou no curso de jornalismo da Faculdade Secal há dois anos. Ele conta que escolheu essa profissão porque sempre gostou da área de comunicação e também para ter a oportunidade de lutar por mais acessibilidade para pessoas com deficiência. “Gosto muito de televisão, internet e assessoria de imprensa. Por esse motivo escolhi o Jornalismo, para participar de diversas áreas e poder contribuir para a melhoria da acessibilidade”, relatou.

No decorrer do curso, Gabriel passou por alguns obstáculos, como trabalhar com programas de edição, diagramações de texto e fotografia. Quanto a isso, a instituição sempre o acompanhou resolvendo da melhor forma, produzindo maquetes, criando programas mais acessíveis, adaptando o prédio como um todo e não somente o curso, para acomodá-lo. Atualmente no 6º período, ele conta que ainda tem algumas dificuldades. “Às vezes eu me atrapalho um pouco, mas estou aprendendo. Os professores têm me orientado sempre que preciso”.

Para Eneide Luiza Timolo Fonseca, mãe de Gabriel, a inclusão não é apenas incluir o aluno, mas também aceitá-lo. Ela demonstra gratidão pela Secal por oferecer oportunidades como essa ao filho. “A partir do momento em que você trata ele como uma pessoa normal, a situação se torna bem mais fácil. Eu sinto essa aceitação por parte da Secal”, explicou.

Além de Gabriel, outros deficientes visuais já passaram pela instituição, mas, no curso de Jornalismo, ele é o primeiro. A situação requer dedicação do corpo docente da faculdade para a melhor adaptação do aluno. Para Taís Ferreira, jornalista e técnica educacional da Secal, a participação dele no evento é muito importante, pois todos nós temos a nossa diferença. “O fato do Gabriel não enxergar não significa que ele não possa aprender e desenvolver, aqui ele vai aprender de igual para igual”, falou.

Helton Costa, coordenador do curso de Jornalismo, diz ser de suma importância a participação de Gabriel. Tanto para conhecer a rotina de um jornalista e o mercado de trabalho, como para se integrar com a turma. “É uma oportunidade bastante válida e que se for bem aproveitada será muito positiva para o futuro profissional dele”, relatou.

Planos futuros

Futuramente, Gabriel acredita que irá trabalhar com assessoria de imprensa, mas, pretende adquirir experiência ingressando em outras áreas como televisão, fazendo reportagens, elaborando pautas e também na internet. As oportunidades oferecidas pela Faculdade Secal e pela Associação de Pais e Amigos dos Deficientes Visuais (APADEVI), dão a Gabriel Fonseca a chance de ignorar as suas diferenças e planejar o seu futuro como qualquer pessoa. “Desde o início, a Secal me acolheu de braços abertos e eu gosto muito do atendimento. Vários professores já correram atrás de mais acessibilidade para me ajudar, a Taís também. A parceria da Secal com a APADEVI facilita muito pra mim”, declarou.

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