HURLAN - ELDER - DIA INTERNACIONAL DA MULHER

A classe trabalhadora que soma profissão com as obrigações do lar

Por Hurlan Jesus e Elder Scolimoski

A mulher está presente na sala de aula, na agência bancária, na delegacia, no comércio, no hospital, nos escritórios e em muitos outros lugares. As mulheres são responsáveis por muito mais do que a sua profissão, elas cuidam e se preocupam com o bem estar da família. Muitas delas são as agricultoras que produzem os alimentos que vão para as mesas dos brasileiros.

A cada ano aumenta o êxodo rural, principalmente em municípios pequenos, pois os jovens buscam novas oportunidades e formação acadêmica. E o trabalho da agricultura familiar fica sob responsabilidade dos pais. E a mulher nessa hora, assume essa função de manter a atividade na propriedade rural.

Em Palmeira, município dos Campos Gerais, a principal renda que movimenta a economia local vem da agricultura. Grandes produtores de soja, milho e trigo exploram a atividade com implementos e maquinários de ponta, com grandes tecnologias e com pouco empenho de mão de obra. Já as famílias que possuem áreas de terras menores, necessitam trabalhar com outras culturas, como: fumo, uva, legumes e verduras, em que o trabalho geralmente é manual.

Segundo Roselaine Barausse, presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Palmeira (STRP), mais de 200 mulheres estão diretamente ligadas ao trabalho rural. “São mães, donas de casa e agricultoras. Neste trabalho não existe apenas a profissão do campo, a mulher sempre precisa desenvolver as obrigações domésticas”, explicou Barausse.

Para a agricultora Sandra Boamorte, residente em Catanduva de Fora, distrito de Carambeí, a propriedade rural contempla diversas funções. “Diariamente tiramos leite, cuidamos da horta, recolhemos os ovos no galinheiro, e quando sobra tempo ainda matamos um porco, para termos uma carne crioula. Enfim, as atividades em uma propriedade rural nunca acabam”, comentou Sandra.

Dados da instituição financeira Sicredi mostram que dos 3.050 associados na cooperativa, 72% são homens. A gerente da unidade de Palmeira, Denise Hoinaski Schamne, afirma que mesmo com a participação da mulher nas atividades diárias ligadas ao campo, muitas delas ainda não possuem independência financeira. “Entre os nossos sócios, apenas 854 são mulheres, mas nas famílias com rendas menores ou que ela é proveniente de atividades em conjuntos (fumo, leite, verduras) a mulher tem grande participação nas decisões financeiras”, destacou a gerente.

Neste ‘Dia Internacional da Mulher’, as mulheres que ajudam a produzir os alimentos que vão as mesas dos brasileiros e contribuem para a renda familiar, infelizmente não tem muito o que comemorar, devido a diferenças salariais e culturais que ainda existem não só no Brasil, mas em todo o mundo. Pode-se observar que no setor agrícola quem cuida das finanças são os homens.

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