Por Milena Batista

Segundo pesquisadores da Penn State College of Medicine, nos Estados Unidos, mais da metade das pessoas que foram infectadas pela covid-19 desde 2019, podem ter sequelas em até seis meses após a recuperação. De acordo com estes estudos, tanto crianças quanto adultos podem apresentar problemas de saúde.

O coronavírus atinge principalmente os pulmões. Trata-se de uma infecção causadora de sintomas parecidos com os da gripe, como febre, dor de cabeça, tosse, dores no corpo e coriza. Em alguns casos, devido ao agravamento da doença, é necessário o internamento hospitalar.

Principais sequelas

No geral, a grande maioria dos infectados apresentaram cansaço, fraqueza ou perda do olfato/paladar.

De acordo com os pesquisadores, existem algumas tendências entre os sobreviventes:

Perda de peso, falta de mobilidade, dificuldade de concentração, falta de ar, queda de cabelo, falta de apetite.

Conforme a enfermeira Dayane Diniz, pessoas com comorbidades e com idade avançada, podem apresentar sequelas por mais tempo. “As pessoas que tiveram um acometimento pulmonar grave, podem ficar com sequelas permanentemente, já que a recuperação é mais demorada nesses casos”.

“A vacina não previne 100% da doença e, mesmo que contraída juntamente de sintomas leves, essas sequelas tem chances de permanecerem após a recuperação da covid. As sequelas mais comuns são o cansaço e a perda de memória, onde a pessoa fica com os pensamentos mais lentos”, completa Diniz.

Dayane ainda fala a respeito da área de saúde sobrecarregada. “Os hospitais e pontos de atendimento continuam sobrecarregados, ainda possuem leitos de covid disponíveis. Mesmo que hoje, as pessoas contraiam sintomas de maneira mais leve, existe uma procura muito grande por atendimento. Muitos assintomáticos procuram pontos de atendimento sem necessidade, ou por medo, causando assim, uma superlotação”.

Ela comenta que a maiorias dos pacientes internados em leitos de covid atualmente, são as com comorbidades e as que não tomaram nenhuma dose da vacina.

No caso de Maria Andreia Dal Col, que possui pressão alta e obesidade, os sintomas foram tosse seca, dor de garganta, coriza, indisposição e fraqueza. “Os sintomas eram leves. Por exemplo, a dor de garganta e a coriza, duraram pelo menos cinco dias, já a fraqueza, durou mais tempo. Às vezes, ainda tenho (fraqueza), sinto um cansaço inexplicável”.

Por outro lado, a filha da dona Maria, a Letícia Maria Dal Col, de 21 anos, além da dor de garganta, sentiu dores no corpo e na cabeça. “Contraí a covid-19 duas vezes. Minhas recuperações foram rápidas, e não sinto cansaço ao praticar atividade física”.

A Rosane Salache, de 49 anos, foi infectada pelo vírus uma vez e teve dores de cabeça. “Foi uma recuperação lenta. Mesmo depois de estar recuperada, senti cansaço, tive queda de cabelo e memória fraca”.

Já o Fernando Lirman, de 31 anos, teve bronquite quando criança. Após contrair o coronavírus, ele sentiu dores no peito, febre e muito cansaço. “O cansaço permaneceu até mesmo depois da recuperação. Tive 75% do pulmão comprometido pela doença. Mas graças a Deus, me recuperei rapidamente, três meses se passaram e já estava praticando atividade física normalmente”.

Por que a covid-19 deixa sequelas?

Pesquisadores dizem que, no momento em que ocorre a infecção, o corpo produz uma grande quantidade de substâncias inflamatórias, conhecidas como citocinas. Elas têm o objetivo de aumentar a ação do sistema imunológico para, dessa forma, combater o vírus. Porém, as citocinas podem se acumular em órgãos e sistemas do corpo humano, causando inflamações e sequelas.

 

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