Por: Izabelle Antunes

Como essa “conquista” feminina tem afetado as mulheres, apesar das atividades acadêmicas e profissionais, muitas mulheres se sentem responsáveis pelo cuidado com a casa e os filhos

Historicamente, as mulheres eram as grandes responsáveis pelo cuidado da casa, após o nascimento dos filhos a rotina da mulher se tornava mais extensa, pois agora a família também era sua responsabilidade. Durante séculos, a mulher era submetida ao confinamento do espaço privado, enquanto o homem ocupava o espaço público. Com o passar dos anos, as mulheres foram conquistando seu espaço profissional e acadêmico, no entanto, a sociedade carrega aspectos culturais e responsabiliza igualmente as mulheres pelos mesmos cuidados. O que significa que cada vez mais a rotina da mulher se torna exaustiva e muitas vezes romantizada.

Daniele Batista é profissional da área de dados, mestranda e mãe. Ela comenta que é difícil não se sentir culpada por não conseguir se dedicar o quanto gostaria a sua filha e aos cuidados domésticos. “Eu me sinto responsável em saber qual lanche minha filha levará a escola, se seu uniforme está limpo, se a casa está limpa, além de estudar e trabalhar”.

É comum as mulheres serem parabenizadas por desenvolverem tantas atividades ao mesmo tempo como estudar, trabalhar, empreender, cuidar dos filhos, etc. E há uma superestima nesta sobrecarga, visto como uma conquista feminina. Segundo a psicóloga Bruna “a romantização do cuidado feminino é cultural, não é algo que será desconstruído de um dia para o outro, porém, a ressignificação deve começar por nós, mulheres. Precisamos nos cobrar menos, entender nossos limites para que as pessoas observem e adotem esses padrões”, comenta.

A psicóloga ainda complementa que é necessário a mulher ter um tempo para o autocuidado, fazer uma atividade que goste, passear com as amigas. “A rotina do trabalho já é exaustiva para todos, aliando a outras atividades o desgaste aumenta, se não houver um autocuidado há grande possibilidade de desenvolver depressão, transtorno de ansiedade e doenças psicossomáticas”, diz.

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