Casa lar localizada em Ponta Grossa, acolhe crianças de 0 a 12 anos em situações de riscosocial e pessoal

Por Stefhani Romanhuk

O Núcleo Pequeno Anjo, situado no bairro de Oficinas, foi inaugurado em 28 de abril de 2011. A instituição, que faz o acolhimento de crianças vulneráveis a riscos, foi idealizada pela Juíza de Direito da Vara de Infância e Juventude da Comarca de Ponta Grossa, Noeli Reback. Na época, a Noeli via a necessidade de um local que pudesse acolher desde recém nascidos até crianças maiores, e então, surgiu a ideia das casas lares.

A coordenadora do Pequeno Anjo, Denise Leifeld contou que desde o surgimento da ideia até a conclusão do projeto foi um processo longo. “Foram anos para escrever o projeto, conseguir o terreno, fazer convênios, conseguir doações para começar a construção das casas, primeiramente, e depois mobiliar, tudo muito devagar. E por último, foi construído o prédio administrativo,inaugurado depois, em 2013”, explica Denise.

A instituição

A instituição foi pensada como casa lar, que presta serviço de acolhimento e tem pelo menos uma pessoa residente no local para amparar as crianças acolhidas. O propósito do Pequeno Anjo é acolher as crianças que estão em risco e que tiveram qualquer tipo de violação de direito, que pode ser negligência, abandono, abuso, agressão, entre outros. “Nosso objetivo é cuidá-las da melhor forma possível, garantindo os direitos, moradia, alimentação, saúde, educação,lazer, tudo que é de direito da criança cabe a nós fazer e buscar para elas, da melhor forma possível”, afirma a coordenadora.

O acolhimento de cada criança é provisório, a instituição faz um trabalho simultâneo com a família do acolhido. “Nosso trabalho também é com família, buscar saber o que ocorreu, o porquê aconteceu aquela violação de direitos”, conta Denise. Segundo ela, grande parte dos problemas relacionados à família é a dependência química, nisso o trabalho deles é auxiliar a família a buscar ajuda, encaminhando para comunidades terapêuticas, para tratamentos e a toda rede socioassistencial. Assim para que a família consiga se reintegrar e tenha a possibilidade receber a criança novamente em casa.

A rotina das crianças é normal, tem horário de estudos, e agora em período de pandemia, eles assistem aulas e fazem as atividades no lar. Também têm momentos de brincadeiras, períodos de lazer, entre outras atividades. “Nós temos uma brinquedoteca, na qual tem duas educadoras sociais que trabalham a parte pedagógica e social da criança. Nós trabalhamos toda parte de proteção da criança e também o ensino além do pedagógico, como a formação de cidadão, entre direitos, deveres, o que pode, o que não pode. Cabe a nós ensiná-los também nesse sentido”, salienta a coordenadora.

Estrutura

A estrutura do Pequeno Anjo foi construída em um terreno de aproximados 5.000 m2 pela prefeitura da cidade.A planta arquitetônica foi realizada em parceria com o Tribunal de Justiça do Paraná e assinada pela arquiteta Célia Reback. O local possui quatro casas lares, com 136 m² cada uma e unidade administrativa com 460 m².

Além disso, a entidade possui 20 funcionários, sendo uma coordenadora, duas assistentes sociais, uma psicóloga, uma secretária, duas educadoras sociais, duas pessoas para serviços gerais, seis mãessociais plantonistas, quatro mães sociais residentes e uma cozinheira. Também há voluntários, que atuam em diversas áreas, porém com a pandemia esse recurso foi restrito.

As dependências tem capacidade para atender até 40 crianças, mas esse número é rotativo, assim como a permanência das mesmas. “Cada criança é uma situação e um tempo. O acolhimento é provisório, mas com tempo indeterminado, porque depende do processo da criança”, explica Denise. Segundo ela, está no Estatuto da Criança e do Adolescente que o tempo máximo de permanência e acolhimento é dois anos, no entanto há algumas exceções.

O Pequeno Anjo se mantém através de um convênio de assistência social municipal, o qual auxilia nas despesas de funcionários, água, luz, telefone, entre outros encargos. Também recebem vários tipos de doações*, como roupas, alimentos, calçados, produtos de higiene, medicamentos, etc. Também há arrecadações através de eventos realizados pela instituição, o que neste ano praticamente não aconteceu, por conta da pandemia. Haverá apenas um e o único do ano, que será realizado no dia 21 de novembro, um “Chá na Caixa”, uma adaptação do evento anual chamado Chá de Natal.

*Quer contribuir, ajudar ou doar? Entre em contato pelo telefone (42) 3323-5958.

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