Material do Projeto Foca Foto da UEPG. Foto: Érica Gonçalves

Érica Gonçalves

A fotografia analógica voltou a ocupar um espaço na rotina dos amantes de fotografia, por curiosidade ou saudosismo. Essa modalidade de fotografia foi substituída pela digital com a ascensão da internet. Mas, algumas pessoas começaram a investir em equipamentos para capturar imagens analógicas para ter a experiência com o equipamento.

Antes das fotografias digitais, as imagens eram capturadas em filmes, que deveriam ser levados a uma loja especializada. A loja revelava as fotos e entregava junto com o filme, que eram chamados de “negativos”. Por meio deles, poderiam ser feitas novas cópias das fotos preferidas.

O fotógrafo e comerciante Roberto Jendreick é proprietário da Foto Carlos em Ponta Grossa. A sua loja trabalha com fotografia seja na revelação, fotos de estúdio e cobertura de eventos. Ele viveu a transição da era analógica para digital, pois trabalha na área há 42 anos.

Em entrevista, ele falou sobre o processo de revelação que era muito demorado. Elas eram projetadas no escuro em uma folha de papel, cada folha era guardada em uma caixinha que ia para outro quarto escuro no qual tinham os químicos de revelação. Roberto frisou que era difícil acertar a foto na primeira vez e que eram necessárias fazer várias fotos para chegar a uma revelação satisfatória. “Eram feitas provas e essas provas eram reveladas. Elas eram corrigidas e feitas novas provas e quando estavam boas, depois se fazia a foto”, afirma.

Ele lembrou com nostalgia dos tempos de revelação e guarda os equipamentos em um acervo pessoal.

Alunos da UEPG participam de projeto com fotografia analógica

O aluno de Jornalismo da Universidade Estadual de Ponta Grossa, Nicolas Ribeiro, é uma das pessoas que gosta de fotografia analógica. Ele participa do projeto experimental de fotorreportagem – Foca Foto – coordenado pelo Professor Carlos Alberto de Souza. O projeto visa contribuir para o aprimoramento da formação acadêmica dos alunos na técnica e produções fotográficas. Eles pautam-se na história, cotidiano e cultura de Ponta Grossa.

Nicolas aponta como principais diferenças entre as duas formas de fotografar o controle. Segundo ele, o digital permite que se possa configurar ISO, entrada de luz, pré-visualizar as fotos, o que na analógica é mais difícil e o resultado só pode ser visto na revelação. Outro detalhe que ele lembrou é a armazenagem. Ao tirar uma foto que não fique do jeito esperado, na câmera digital é possível deletar a foto e reutilizar o espaço de armazenamento. Na analógica, não tem como recuperar o espaço no filme.

Ele defende que a experiência da fotografia analógica deve ser preservada, pois ela ajuda a compreender o processo da fotografia como um todo. “A experiência analógica é bem interessante e fundamental para entender como são os princípios da fotografia, conhecer os químicos que você está trabalhando, ver a sua fotografia aparecer é uma experiência que deve ser levada adiante”, exalta.

Quanto à qualidade, ele resume que é difícil avaliar pelas facilidades que o equipamento digital oferece e que ajudam a capturar a imagem mais próxima do que você planeja. O equipamento analógico demanda mais técnica e não permite visualizar antes da revelação. Então, ele não conclui um parecer sobre a qualidade.

A evolução nas formas de registrar emoções e momentos é constante, mas a fotografia analógica sempre terá seu espaço garantido porque o processo de captura, armazenamento e revelação das fotos, desperta uma curiosidade instigante nos amantes dessa arte, a de fotografar.

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